Indústria de colchões sofre com aumento no preço de insumos
*Por Natalia Concentino, jornalista
Os insumos utilizados pela indústria colchoeira tiveram um aumento de preço significativo nos últimos meses e o TDI está momentaneamente em falta. Quem produz colchões está sendo obrigado a lidar com um aumento de até 100% nos preços por conta dos efeitos da pandemia. É o caso do TNT, hoje usado durante a pandemia. Tudo isso fez com que a Abicol emitisse uma nota alertando os associados sobre a situação e informando sobre a previsão da normalização de distribuição de TDI.
Rogério Soares Coelho, presidente da Abicol, conversou com a reportagem da Móveis de Valor e contou mais detalhes do que está acontecendo.
O uso do TNT para a produção de máscaras e EPIs para profissionais de saúde fez com que houvesse um aumento de 100% no preço desse insumo. “Nós já estávamos com o TNT no ‘radar’, por conta dessa utilização para a área da saúde. Mas outros insumos também estão com preços elevados, a alta dos molejos ensacados é de 18%; o aumento varia de 5% a 8% no preço dos tecidos e chega a 8% nos insumos químicos principais para a fabricação de espumas”, conta Rogério. Ele acrescenta à lista a variação importante do Real frente ao Dólar.
O presidente da Abicol explica o que está ocasionando esses aumentos. “Surpreendentemente, com a liberação da atividade industrial, as vendas se iniciaram em ritmo que ninguém tinha como prever, a ponto de demandar reabastecimento do estoque para a produção colchões. Já a produção dos insumos precisa de mais tempo para se equilibrar e a logística internacional também está passando por adequações. Em resumo, maior demanda, menor oferta, preços mais altos”, afirma.
Sobre o TDI, Rogério conta que está acontecendo um descompasso entre os estoques remanescentes e o consumo, que deve se normalizar em 60 dias. “Com a paralisação das empresas em março e abril, o consumo deste insumo foi a zero. Com isto, os estoques se elevaram sobremaneira nos importadores. Novos embarques de importantes fabricantes e importadores foram suspensos devido à incerteza que se tinha. Aí com a volta da produção, a relação de estoque e consumo ainda não se equilibrou”, analisa Rogério.
Para que não houvesse confusão ou desencontro de informações, a entidade colchoeira resolveu emitir uma nota e, assim, deixar todos os envolvidos na cadeia produtiva e de venda cientes da situação atual. Leia abaixo o comunicado da Abicol:
“A Associação Brasileira da Indústria de Colchões – ABICOL como entidade de classe que representa o setor colchoeiro, acompanha com apreensão o atual momento em que passa o país, nesta grave pandemia que abate sobre a nossa população e os seus efeitos diretos sobre o mercado colchoeiro, com grandes elevações de preços em nossos insumos, como TNT, molas e tecidos. Além disso, há também a elevação nos custos de aquisição e importante restrição no fornecimento de TDI, que, mesmo sendo uma questão momentânea de logística internacional e havendo disponibilidade mundial do produto, a expectativa é que a situação somente volte a se normalizar na segunda quinzena de agosto. A Abicol continua atenta a todas estas movimentações, e se coloca ao lado do mercado colchoeiro nacional na procura de melhores formas de enfrentar esta grave crise”.
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