Indústria de painéis reagiu exportando
A América Latina tem enormes reservas florestais e o potencial da indústria de painéis é imenso. No entanto, as crises econômicas e os problemas políticos que atingem - não só o Brasil, mas diversos outros países da região -, colocaram os investimentos em compasso de espera. Crises cambiais, crises políticas e crises econômicas fizeram a procura interna diminuir consideravelmente. E o Brasil, neste contexto, como o principal produtor e consumidor de painéis da América do Sul, é também um dos que mais sofre.
Em entrevista à Móveis de Valor, Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores – Ibá, entidade que congrega também os fabricantes de painéis, aponta para o período de baixa demanda no mercado interno de painéis, que começou em 2015. Como alternativa, o setor buscou ampliar sua atuação no mercado externo. E, em parte, conseguiu: de janeiro a novembro de 2016, mais de 932 mil m³ foram vendidos para outros países, ante 564 mil registrados em 2015, aumento de 65%, porém representa pouco mais de 16% do total comercializado. “O setor soube responder bem à falta de comprador no mercado interno. Entre a queda nas vendas domésticas e o crescimento das exportações, o saldo do setor foi positivo em 170 mil m³”, afirma.
Existem no Brasil 18 unidades produtoras de painéis de madeira reconstituída e até o término de 2015 o segmento brasileiro de painéis de madeira ocupava o 8º lugar no ranking mundial dos maiores produtores, com 7,5 milhões de m³. De acordo com Elizabeth, há oferta de madeira e terras disponíveis para expandir as áreas plantadas e a produção de painéis de madeira, mas a maior dificuldade está na falta de comprador. “A crise econômica brasileira afeta todos os segmentos, incluindo o de construção civil, impactando no consumo interno do setor”, lamenta.
Alternativa foi exportar
Segundo a presidente da Ibá, Elizabeth de Carvalhaes, desde 2011 o setor de painéis de madeira vem conquistando espaço no mercado externo, incluindo os momentos em que o consumo interno apresentava resultados positivos. De 2011 a 2015, foram inseridos 500 mil m³ de painéis brasileiros em outros países (+404%). “É evidente que a queda no mercado interno potencializou esta tendência. Prova disso, é que de janeiro a novembro de 2016, as exportações do setor de painéis de madeira cresceram 65,2% na comparação com o mesmo período de 2015”.
Por outro lado, Elizabeth acredita que estes resultados mostram a qualidade e a competividade dos painéis de madeira reconstituída, a partir de árvores plantadas, fabricados no Brasil. “Este fato se deve aos contínuos investimentos em tecnologia e automação das empresas e processos produtivos, além das melhores práticas e operações florestais. O País reúne versáteis e modernos parques industriais destinados à instalação de novas unidades, à atualização tecnológica das plantas já existentes, à implantação de linhas contínuas de produção e aos novos processos de impressão, impregnação, revestimento e pintura”, afirma a presidente da Ibá. Para ela, a recuperação do mercado interno em 2017 dependerá consideravelmente da recuperação da economia brasileira, incluindo principalmente o crescimento dos empregos e da renda do trabalhador.
Veja está reportagem na íntegra, na edição janeiro/fevereiro da Revista Móveis de Valor.
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