Indústria moveleira gaúcha avança 2,2% no 1º trimestre de 2024
Conforme apuração da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), as mais de 2.400 empresas do RS registraram aumento no faturamento, nas exportações e na geração de empregos durante o primeiro trimestre do ano.
Informações obtidas pela Movergs junto à Secretaria da Fazenda mostram que a indústria moveleira gaúcha registrou faturamento de R$ 2.841.220.901 (mais de R$ 2,8 bilhões) entre janeiro e março de 2024 – aumento de 2,2% no comparativo com igual período do ano anterior. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) também traz avanço: foram criados 282 novos postos de trabalho neste primeiro trimestre, totalizando 36.142 profissionais em atividade no estado.
O presidente da entidade, Euclides Longhi, comemora os resultados, porém, alerta para possíveis desafios nos próximos meses – especialmente após a situação de calamidade enfrentada pelo estado. “O faturamento ficou acima da inflação, mas as previsões do mercado não são muito positivas. Além da projeção da Taxa Selic ter subido de 9% para 9,5%, medidas como a desoneração da folha de pagamento e os cortes de benefícios fiscais no Rio Grande do Sul podem tornar o ano ainda mais desafiador para as empresas. Isso tudo somado a um momento em que o estado passa por incontáveis consequências causadas pela tragédia climática que atingiu mais de 85% dos municípios”, pondera Longhi.
No tocante à exportação, importante via de atuação para as indústrias de móveis do Rio Grande do Sul, houve crescimento de 5,9%, com expressivo aumento nas compras de países como Chile, México e Emirados Árabes. De janeiro a março de 2024, foram transacionados US$ 54.743.962 (quase 55 milhões de dólares) com o mercado externo. Estados Unidos, Chile, Uruguai, Peru, Reino Unido, México, Paraguai, Panamá, Argentina e Emirados Árabes Unidos compõem os top 10 de principais importadores dos mobiliários gaúchos.
O impacto da catástrofe climática
A maioria das indústrias moveleiras gaúchas trabalha com estoque de matérias-primas e produtos prontos para alguns dias, de acordo com o seu fluxo de caixa, mas certamente haverá alguma ruptura na produção por falta de alguns itens dentro de 15 a 20 dias, em função do acesso restrito das estradas e também pelo comprometimento de fábricas fornecedoras de matérias-primas. Em geral, empresas que possuem centro de distribuição em outros estados mantiveram seu faturamento e entrega. As centradas no Rio Grande do Sul estão buscando rotas alternativas para escoar a produção e já conseguem realizar entregas em São Paulo – mesmo que os prazos possam ser um pouco mais longos.
“Ainda estamos fazendo um levantamento junto às indústrias do estado, pois é possível que algumas tenham reduzido ou até mesmo parado a sua operação. A Movergs está em contato com as empresas e percebe que elas estão genuinamente preocupadas com os negócios e seus funcionários, algumas inclusive prestando apoio psicológico”, acrescenta o presidente da entidade. “Assim que minimizarmos os primeiros impactos desta situação, o foco passar para a reconstrução dos lares. Com certeza a entidade vai sensibilizar toda a sua cadeia produtiva para a doação de móveis. Junto às empresas, já estamos avaliando qual a situação de cada indústria para que possamos apoiá-las na retomada dos negócios”, finaliza Longhi.
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