IMG-LOGO

Indústria pressiona o varejo para aumentar preços

Por Edson Rodrigues - 08 de Fevereiro 2013
As principais redes de comércio do Rio Grande do Sul têm sido pressionadas pela indústria nas últimas semanas. De acordo com as varejistas Manlec e Colombo, os maiores fabricantes, como Electrolux e Whirlpool, discutem condições para elevar os preços. A indústria argumenta que o custo da mão de obra e do aço tem aumentado nos últimos meses e há necessidade de subir os preços.
De acordo com Atílio Manzoli Júnior, diretor da Manlec e conselheiro da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Capital (CDL), as negociações iniciaram em meados de 2012, mas nos últimos meses parte dos fabricantes começou a reajustar os produtos. “Por enquanto, dá para compensar reajustes negociando com fornecedores, mas em algum momento chegará ao consumidor”, alerta.
O valor pleiteado pela indústria não é revelado pelo varejo por questão estratégica, mas, conforme analistas varia de 2% a 3%. Gustav Gorski, economista-chefe da Quantitas Asset, destaca que algumas altas já ocorreram em janeiro, o que aponta uma reversão na sequência de corte de preços nos meses anteriores.
Embora parte do varejo não admita o aumento, o repasse já é constatado em pesquisa de inflação. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) houve alta de 1,72% nos fogões e de 1,13% nas geladeiras no mês passado.
A pressão por reajuste é maior para geladeiras e freezers. Para Leandro Arruda, gerente de compras da Colombo, também devido ao aumento do IPI, o consumidor começará a perceber preços maiores já neste mês, conforme o recebimento dos produtos com os novos valores.

Produtos populares estão escassos
Comerciantes têm reclamado de demora da indústria para atender aos pedidos de novos produtos. Itens com alta procura e que demandam entrega rápida, como máquinas de lavar roupa de 11 quilos e geladeiras frost free, estariam levando até 60 dias para chegarem aos estoques das lojas – prazo que normalmente é de 10 dias. Varejistas consideram uma forma de a indústria pressionar para que os reajustes sejam aceitos na totalidade. “Existe a questão da demanda, que foi forte nos últimos meses e obrigou os lojistas a encomendarem mais. Mas essa demora em entregar os itens com maior procura é atípica”, afirma Vitor Koch, presidente da Federação das CDLs do Rio Grande do Sul.
A Eletros, entidade que representa a indústria eletroeletrônica no país, admite que há necessidade, por parte da indústria, de elevar os preços para cobrir custos, mas nega que fabricantes possam estar dificultando as encomendas.

Fonte: Zero Hora

Comentários