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INDÚSTRIA FORNECEDOR

Indústria sente os impactos da paralisação

Por Jeniffer Oliveira - 26 de Junho 2018

Segundo dados da Sondagem Industrial de maio, publicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a atividade industrial já mostrava dificuldades em retomar o crescimento, mas sofreu forte abalo em maio, devido a paralisação dos caminhoneiros. A interrupção do fluxo de mercadorias reduziu fortemente a produção industrial, aumentou a ociosidade e provocou acúmulo de estoques indesejados.

 

As expectativas dos empresários continuaram em trajetória de piora, com recuo em todos os indicadores. Apesar disso, os índices de otimismo com relação à demanda (54,9 pontos), quantidade exportada (54,1 pontos) e compras de matérias-primas (53 pontos) ainda estão em terrono positivo (acima da linha divisória de 50 pontos). Contudo, o empresário passou a esperar queda no emprego nos próximos seis meses (48,3 pontos). A intenção de investir também segue em queda e se aproxima mais da linha divisória (50,5 pontos).

 

De acordo com a CNI, a produção do setor caiu para 41,6 pontos em maio e ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda no indicador. A utilização da capacidade instalada recuou para 63% e o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, por sua vez, caiu 5,7 pontos, para 37,3 pontos – o menor valor desde abril de 2017.

 

A pesquisa mostra ainda que o indicador de evolução dos estoques efetivos em relação ao planejado subiu para 53,3 pontos em maio. O indicador varia de zero a cem pontos. Quando fica acima de 50 pontos, mostra que os estoques estão acima do planejado.

 

Efeitos mais intensos nas grandes empresas

 

A queda na atividade provocada pela interrupção dos serviços de transportes terrestres em maio foi sentida por toda a indústria, assim como as consequências das medidas tomadas para solucionar o problema. A análise dos dados da Sondagem Industrial dos diferentes portes de empresa mostra que os efeitos foram mais intensos nas grandes empresas.

 

O índice de evolução da produção das grandes empresas recuou para 41,6 pontos. O índice foi inferior ao registrado pelas pequenas (42,3 pontos) e superior ao das médias (40,9 pontos). Ou seja, a contração na produção das grandes empresas foi mais intensa que nas médias e pequenas. Na comparação com o mesmo mês de 2017, o índice das grandes empresas mostra queda de 15 pontos.

 

A utilização da capacidade instalada (UCI) das grandes empresas, em maio (67%), foi maior que a das empresas de menor porte (57% para as pequenas e 62% para as médias). Contudo, a contração da UCI na passagem de abril para maio foi mais intensa entre as grandes: 4 pontos percentuais (p.p.), ante 1 p.p. e 2 p.p. para pequenas e médias, respectivamente.

 

No caso dos estoques indesejados, o acúmulo foi brutal entre as grandes empresas. O índice de estoque efetivo-planejado alcançou 57,6 pontos, o maior valor da série histórica (aumento de 5,2 pontos no mês). Antes disso, o maior índice havia sido registrado em junho de 2015, 56,8 pontos. Entre pequenas e médias, o efeito sobre os estoques foi menor. O índice das médias empresas ficou em 51,4 pontos (aumento de 0,9 ponto) e o das pequenas em 46,5 pontos (aumento de 0,3 ponto).

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