Indústrias de móveis criam plano para captar e formar mão de obra
O setor moveleiro catarinense está mobilizado para capacitar e formar novos profissionais para atuar nas indústrias e inserir jovens no mercado de trabalho. Um projeto inédito no segmento - o AMPLIA -, que já está sendo implementado no Planalto Norte catarinense em parceria com o SENAI, vai focar na capacitação em três esferas: a formação para funções de entrada da indústria moveleira, cursos de qualificação para colaboradores da indústria e a possibilidade de curso técnico em móveis.
O segmento é responsável por 30,6 mil empregos em 3,3 mil empresas em Santa Catarina. O estado é o quarto maior produtor de móveis do país, com destaque nas exportações: no primeiro semestre deste ano contabilizou US$ 129,5 milhões.
O objetivo é oferecer oportunidades de trabalho para jovens recém-saídos do ensino médio da região. “Os cursos do SENAI foram pensados em conjunto com as indústrias, o que contribui muito na empregabilidade após a formação. Temos dificuldade em preencher vagas e a proatividade das empresas é essencial para enfrentar a questão”, afirma o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria do Mobiliário da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Arnaldo Huebl.
“Alguns dos cursos são oferecidos em parceria com as empresas, sem custos para o interessado. E como o setor oferece oportunidades de crescimento, o jovem que quiser avançar na carreira também pode optar pelo curso técnico”, explica Fernanda Kempner, especialista do SENAI em qualificação profissional.
Embora o projeto tenha iniciado no Planalto Norte, pode ser replicado em outros polos moveleiros do estado. A iniciativa é um movimento de fortalecimento do setor, inspirado no Tratado de Excelência da Indústria da Madeira (TEM) da Regional Centro Norte, que pretende apresentar a indústria da madeira como uma oportunidade para novos trabalhadores. Para isso, prevê ainda o uso da plataforma Emprega Já da FIESC.
Cenário
A apresentação do projeto ocorreu durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria do Mobiliário, na quinta-feira, dia 24. Na ocasião, o economista Marcelo de Albuquerque trouxe uma análise sobre o panorama do setor e a projeção de custos de produção.
Na avaliação dele, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) para o setor está acima da média da indústria da transformação, pressionando os custos de produção. De acordo com Albuquerque, entre janeiro e agosto de 2024, o IPP de fabricação de produtos de madeira registrou aumento de 11,6%. Já a fabricação de móveis cresceu 4,2% no período. Entre os fatores destacados para o incremento dos insumos estão a redução de 2,5% ao ano entre 2014-2023 da área plantada na região sul. “Essa dinâmica apresenta uma restrição ao crescimento da produção, exigindo aumento de produtividade para a oferta acompanhar a demanda pelos insumos”, explica Albuquerque.
A expectativa é que, com redução das taxas de juros nos EUA, destino relevante das exportações de móveis de SC, o setor observe um aumento na produção. Isso porque a queda de juros nos Estados Unidos pode fomentar o segmento da construção civil, ampliando as oportunidades para as indústrias exportadoras catarinenses.
Em 2022, a cada R$ 100,00 de receita líquida gerada pela atividade de desdobramento de madeira, R$ 59,00 vieram das exportações totais. Os EUA têm participação média de 54,1% no destino das exportações do setor nos últimos 5 anos.
(Com informações Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas)
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