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Intenção de investir melhora na indústria

Por Jeniffer Oliveira - 13 de Dezembro 2018

A intenção da indústria em relação a investimentos voltou para o patamar que registrava antes da greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio deste ano, mas ainda está longe de média histórica de investimentos do setor. O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu para 117,4 pontos no quarto trimestre deste ano, o que representa um avanço de 4,4 pontos. Já a média oscila em torno dos 127 pontos.

 

Para o superintendente de Estatísticas da FGV, Aloísio Campelo Junior, mesmo com redução de incertezas na condução de política econômica para o ano que vem, o alto nível de ociosidade da indústria não estimula investimentos em capacidade. O patamar do indicador também opera muito aquém do registrado historicamente para quarto trimestre.

 

O especialista notou que, se for observada a evolução do indicador da fundação para quartos trimestres, antes da recessão, esse índice operava na faixa dos 130 pontos. São os casos dos resultados no quarto trimestre de 2012, de 133,38 pontos; e no quarto trimestre de 2013, de 129,5 pontos.

 

“A partir de 2014 começamos a notar os primeiros sinais de recessão”, lembra Campelo, acrescentando que o índice chegou a 85 pontos no quarto trimestre de 2015, auge da recessão; e 93,1 pontos no fim de 2016.

 

O cenário de intenção de investimentos começa a melhorar um pouco no quarto trimestre de 2017, quando passou para 116 pontos – não muito distante dos trimestres posteriores, quando subiu para 123,7 pontos de janeiro a março deste ano; e para 116,1 pontos nos três meses seguintes.

 

“Então, veio a greve dos caminhoneiros e acabou derrubando de novo o indicador”, afirmou o especialista, considerando que no terceiro trimestre deste ano o índice operava a 113 pontos.

 

O já elevado nível de ociosidade da indústria também contribuiu para o resultado. Segundo a FGV, o Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci) foi de 75,2%, menor desde janeiro deste ano (74,7%). “O Nuci vem girando em torno de 75%. A média dos cinco anos que precederam a recessão de 2014-2016 foi de 82,4%”, afirma Campelo.

 

O economista não descarta redução de cautela em investimentos a partir do ano que vem. Isso dependerá dos anúncios de primeiras medidas do novo governo. Caso sejam bem recebidas pelo mercado e elevem o otimismo, os industriais podem reforçar interesse por investir.

 

(Com informações do Valor Econômico)

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