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iSaloni traz de volta a efervescência do design

Por Inalva Corsi - 15 de Junho 2022

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Este ano o Salão do Móvel de Milão, também chamado iSaloni ou Supersalone, foi especial. E não apenas por marcar o retorno da feira, cancelada em 2020 e com uma versão pocket em 2021, mas também por celebrar a 60ª edição do evento mais importante do mundo para o design de mobiliário e objetos para casa. 

 

O RHO Fiera abriu espaço para 2.175 marcas expositoras (27% do exterior), além de 600 jovens designers que expuseram no Salone Satélite. Vale destacar que o Brasil marcou presença com pelo menos 10 empresas dentro dos pavilhões do RHO e em dois espaços no Salone Satélite. Sem falar de nomes consagrados como os Campana, que são figuras carimbadas em Milão. Os visitantes, provenientes de 173 países, somaram 262.608 (61% estrangeiros) e os brasileiros figuram entre as seis maiores delegações. Mas, com a ausência maciça de chineses e russos, por conta da Covid e da guerra, o número de visitantes ficou abaixo da edição de 2019.

 

"Estamos confiantes de que esta edição deu uma nova energia ao setor e à Milão, e que todos perceberam o entusiasmo e a vontade de oferecer uma experiência global, na qual o que conta são as ideias e o intercâmbio cultural. Somos conscientes de que pensar no futuro e também nas novas gerações com o Salone Satélite pode ser a forma de construir valor ao longo do tempo”, afirmou Maria Porro, presidente da feira.

Entre as principais novidades e sinalizações mostradas nos estandes estão a digitalização, que anda a passos largos em direção ao metaverso, a sustentabilidade como processo e não apenas materializada nos produtos, a volta ao passado mirando o exemplo dos nossos antepassados, além de aspectos ligados à tropicalidade e naturalidade. Novos materiais provenientes de fontes naturais como algas, plantas, frutas e outros já estão em processo avançado. Assim como os materiais derivados da reciclagem de plástico e espuma ou a recriação de matérias-primas consagradas como nylon. 

 

Como sinalizações mais factíveis à indústria seriada do Brasil, destacamos as formas arredondadas, o uso intenso dos canelados ou ripados, a mistura de materiais em um mesmo móvel, que pode agregar madeira, pedra, metal, couro, vidro... Os acabamentos são diversos, mas o fosco e o acetinado em madeiras e BPs com padrões naturais ou fantasias, cores mais claras e diferentes acabamentos juntos podem agradar ao público brasileiro. Portas e gavetas com acabamentos chanfrados em 45 graus substituem puxadores e ferragens minimalistas trazem elegância aos móveis, que podem, inclusive, receber acabamentos no interior contrastando com o exterior. Muita iluminação e transparência com vidros, também prensados com tecidos ou pintados com estampas. 

 

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Os tecidos com tramas grossas e naturais e as cores remetendo à coloração digital foram marcantes em diversos estandes, assim como as cores terrosas e os tons vermelho, laranja, verde e azul, até mesmo com aplicação degradê. Os estofados também recebem tecidos tecnológicos em preocupação com acústica, termoregulável, antibactericida e tridimensionais.   

 

Mas a Design Week não se resume aos pavilhões da feira e o período de 6 a 12 de junho movimentou também o chamado Fuorisalone, que envolve toda a cidade – do centro à periferia. Enfim, quem foi à Milão viveu uma semana repleta de eventos que contaram com a participação não só de profissionais, mas também de curiosos e amantes da arte e da beleza em sentido amplo. De Tortona a Brera, de 5Vie a Certosa, da Ilha à Via Durini, Statale, Jardim Botânico, Palácios Históricos e quase toda a cidade ganhou vida com eventos e instalações em um festival mágico. 

 

Este é um spoiler do que estamos preparando para a edição de junho da revista Móveis de Valor, que libera a versão digital na próxima semana e dia 28 entrega a versão impressa. 

 

*Por Inalva Corsi, editora, de Milão, com apoio cultural da Sayerlack

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