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Justiça bloqueia R$ 520 milhões da Eucatex

Por Edson Rodrigues - 11 de Abril 2013
A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de bens da empresa Eucatex no valor de R$ 520 milhões. Tal medida foi tomada contra a empresa da família Maluf apóspedido do Ministério Público de São Paulo, que apontou uma suposta operação entre empresas do grupo para transferir patrimônio da Eucatex, evitando assim o pagamento de indenizações em caso de futuras condenações contra Maluf nas ações em que ele é apontado como autor de desvios na Prefeitura de São Paulo.

A decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo explica que o requerimento do Ministério Público mostra a "possibilidade de defraudação do patrimônio" da Eucatex. Entretanto, a decisão poderá ser alterada caso a empresa demonstre que o bloqueio poderá levar à quebra da companhia.

Desde março, a Promotoria observa que a família está buscando escapar do pagamento de condenações judiciais com a transferência do patrimônio da Eucatex para uma nova companhia do grupo, a ECTX. Para o Ministério Público, a operação constituiu fraude e visa "desidratar" a Eucatex. José Antônio Goulart de Carvalho, presidente da empresa na época, negou a acusação eafirmou que a transferência do patrimônio da empresa para a ECTX ocorreu porque a nova companhia será a protagonista de um novo modelo de gestão, mais transparente, a ser adotado. As transferências de patrimônio entre as duas empresas já vem ocorrendo desde julho do ano passado.

Segundo comunicado da Eucatex, a empresa não foi notificada oficialmente sobre o bloqueio de bens de R$ 520 milhões determinado ontem pela Justiça de São Paulo. A nota oficial da companhia também conta que o pedido de bloqueio de bens já foi requerido pelo Ministério Público em 2009 e foi negado em primeira e segunda instâncias. A empresa afirma que a acusação não procede, pois o patrimônio líquido da empresa aumentou após a criação da ECTX, de R$ 997 milhões em 2011 para R$ 1,1 bilhão ao fim do ano passado.

Em sua defesa, a Eucatex lembrou que é uma empresa de capital aberto com centenas de acionistas e, entre eles, o deputado federal Paulo Maluf, que não seria diretor e nem mesmo membro do conselho administrativo da companhia.

Em contato com a assessoria de imprensa da empresa na tarde dessa quinta feira, a informação recebida foi que após o comunicado de que a Eucatex não havia sido notificada oficialmente sobre o bloqueio ela ainda não se pronunciou novamente.

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