Lã e pedras conferem exclusividade aos móveis
O uso de materiais naturais e que dão caráter de exclusividade são uma boa alternativa para quem quer investir em design e em projetos ambientalmente corretos. Com essas características, os móveis feitos com lã e pedras brasileiras ganham destaque nas feiras e mostras especializadas em design, agradando os consumidores que procuram por peças mais artísticas e que podem vir a compor um acervo pessoal.
Inês Schertel, arquiteta, viu em seu rebanho de ovelhas a oportunidade de criar algo completamente diferente e que serviria como uma forma de aproveitar toda a lã produzida por ele. Assim nasceram as primeiras criações da gaúcha. Inês faz móveis e objetos de decoração com a lã retirada durante a tosquia das ovelhas.
A arquiteta usa um processo manual na hora de produzir suas peças, usando tingimento natural, ou a própria coloração da lã da ovelha, nada de usar elementos artificiais. “Digo que trabalho com o slowdesign pela forma com que realizo os processos e pelo meu modo de vida no campo, sempre procurando fazer as coisas da maneira mais natural. Por exemplo, quando quero uma tonalidade diferente, uso a técnica de Ecoprint, em que amarro a peça já pronta em cascas de árvores, musgos, sementes, raízes, as enrolo e faço um cozimento no vapor para que eu obtenha a cor desejada, isso leva de três dias a uma semana, ou seja, é mais devagar, porém é natural”, conta Inês.
A técnica de Ecoprint foi aprendida por Inês durante sua passagem pela Irlanda. Aliás, ela chegou a ir ao Quirguistão (país localizado no centro da Ásia) para aprender outra técnica que utiliza em suas criações, a filtragem manual. “Resolvi dedicar um tempo exclusivamente para aprender esse processo, a lã é o tecido mais antigo da humanidade e lá eles ensinam a técnica usada pelos ancestrais para fazer a filtragem desse tecido. Sinto que minhas peças servem como uma homenagem aos nossos antepassados”, comenta.
Em relação à exclusividade das peças, Inês explica: “Acredito que o fato de existir todo esse processo manual e de reaproveitamento da lã - já que a tosquia é necessária para que as ovelhas consigam se mover e se alimentar bem durante o verão - chama a atenção de quem compra os móveis ou objetos de decoração que eu faço. Não conheço outras pessoas que façam móveis com essa mesma técnica, e o fato de cada lã ser diferente uma da outra (mesmo com ovelhas do mesmo rebanho) agrada os colecionadores e os fãs de peças conceituais e feitas com materiais renováveis/biodegradáveis”.
Além de aproveitar as lãs provenientes de seu rebanho, Inês Schertel também vai em busca de parcerias para trabalhar com lãs de outras raças de ovelha, assim ela consegue material de diferente coloração e até textura. Graças ao seu trabalho diferenciado, a arquiteta já foi convidada para eventos de design e arte em Milão, Veneza e Nova York, por exemplo.
Pedras capixabas ganham o mundo
Vivian Coser, arquiteta, e Ricardo Freisleben, designer, são dois dos que aproveitam todo o potencial das rochas ornamentais do Espírito Santo em suas criações. O Estado é o segundo maior parque industrial desse tipo de rocha no Brasil, o que gera um bom material e que é bem visto em diversos países.
Tanto Vivian quando Ricardo falam sobre a grande oportunidade de poder trabalhar com esse tipo de pedra. “Essas rochas são uma matéria-prima forte no Espírito Santo e quero propagar seu uso, tanto dentro do Brasil como fora, aliás nosso país ainda não a valoriza como deveria. Acho incrível poder trabalhar com esse material, tenho muito amor por isso”, fala Vivian com empolgação.
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