Desafio no e-commerce de móveis é a logística

Uma das principais queixas dos consumidores em relação a compras online sempre foi a questão da entrega, seja por atraso ou pelos grandes prazos. Mas, nos últimos cinco anos, a logística de distribuição especializada para o e-commerce amadureceu bastante. “Nosso segmento aprendeu que não basta contratar uma transportadora e achar que a responsabilidade da entrega é 100% dela, o embarcador (empresa que contrata a transportadora) deve acompanhar passo-a-passo as etapas que antecedem a entrega ao consumidor”, explica Douglas Silva, diretor de transportes da Mobly, loja online de móveis e artigos para casa, com sede em São Paulo (SP).

 

Segundo ele, a grande diferença entre o e-commerce e o varejo físico em relação à logística é a curva de crescimento de entregas em curtíssimo tempo. “Enquanto o comércio físico cresceu 3,7%, em 2014, o e-commerce cresceu 26%, no mesmo período”, ressalta. A logística/distribuição no e-commerce requer um planejamento extremamente preciso e foco na melhoria contínua dos processos para obter ganhos de produtividade. “Não podemos deixar recursos ociosos “na prateleira” e também não podemos causar rupturas nos serviços durante eventos sazonais (Black Friday, Natal ou campanhas especificas), logo, adequar prazos de entrega compatíveis com a capacidade e não ter prazos fora da prática do mercado é um grande desafio”, completa.

 

Além do baixo investimento em infraestrutura rodoviária e a forte dependência do Brasil neste modal, Douglas destaca como uma das principais dificuldades logísticas do País as restrições de acessos de veículos pesados nas áreas urbanas, obrigando as empresas de transportes a alterar o perfil da frota (veículos leves), e reduzindo a capacidade de entregas por veículo. Assim, consequentemente, a frota necessária para suprir a demanda é maior e acaba complicando ainda mais o tráfego nos grandes centros.

 

O consumidor online

De acordo com Douglas, o consumidor brasileiro está muito mais aberto para as compras online. “Esse é um movimento bastante expressivo e que, a cada ano, se torna mais visível, principalmente pela quantidade de serviços hoje oferecidos através de computadores, tablets e smartphones (internet no geral)”, afirma. Sobre os principais itens buscados no site da Mobly, ele destaca os móveis: sofás, mesas e cadeiras e armários. A região Sudeste representa 60% das vendas do grupo, com uma concentração maior no estado de São Paulo e Rio de Janeiro.