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Loja de móveis decreta falência e clientes não recebem produtos

Revisado Natalia Concentino - 23 de Março 2022

Pelo menos 120 pessoas foram lesadas por uma loja de móveis, que tinha unidades em diversas cidades de São Paulo, entre elas Suzano.

 

A funcionária pública Tatiane Riter de Souza Puca e o marido queriam um novo sofá para casa. O casal encontrou um modelo com desconto e fez a compra. Só que o móvel nunca foi entregue.

 

“Quando eu os comprei tinham loja no Tatuapé, Suzano e Praia Grande e falaram que era para eu ter paciência que ia atrasar, mas entregariam o sofá no máximo em janeiro. O prazo era 13 de dezembro. Eu aguardei. Em janeiro eles não entregaram e eu fui à loja do Tatuapé e eles me garantiram que seria feita a entrega que estavam com problemas por causa da pandemia. No começo até falaram que estava faltando matéria-prima para fabricação do sofá. Eu aguardei e acreditei que o sofá chegaria. Depois a loja do Tatuapé fechou. Eles não responderam mais e-mail, não responderam mensagens no Whatsapp e não deram mais satisfação nenhuma”, explica Tatiane.

 

E depois de algum tempo eles perceberam que não eram os únicos. “Foi quando nós encontramos um grupo no Facebook com centenas de pessoas que estão denunciando também. E foram lesadas por eles. O prazo de entrega eles não cumpriram e estamos esperando”, conta o autônomo Alexandre Puca.

 

Ao fazer uma pesquisa no site Reclame Aqui já é possível identificar várias reclamações contra a loja

 

Tatiane afirma que fez um boletim de ocorrência e algumas pessoas do grupo entraram no Juizado de Pequenas Causas, que fez uma audiência, mas representantes da loja não compareceram.

 

Nas redes sociais da loja há várias fotos mostrando itens com preços baixos, mega saldão. A última foto foi postada no dia 17 de dezembro.

 

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Em um site de reclamação várias pessoas com o mesmo problema que a Tatiane. Uma delas é a atendente de educação Fernanda Nascimento de Oliveira. Ela comprou um quarto para bebê na loja de Praia Grande, mas não recebeu nada.

 

“Comprei o guarda-roupa, uma cama, uma cômoda e um criado-mudo. Foi em torno de R$ 1,6 mil. Uma parte foi à vista e a outra dividida em 10 vezes que eu ainda estou terminando de pagar. Fiz a compra em julho de 2021 e a entrega era para setembro. Eu aguardei porque acreditei na história que a pandemia tinha afetado todo o comércio. Quando foi na véspera da entrega, eles me mandaram um e-mail falando que precisava de uma resposta de 30 dias. E fiquei meio assim porque já tinha esperado 90 dias para receber.”

 

Foi as pressas que Fernanda teve que comprar outros móveis para o quarto do filho. Dinheiro que poderia ter gasto apenas uma vez e que tem feito falta. “A gente se preparou para esse momento e eu tive que sair correndo atrás das coisas. Então foi bem corrido.”

 

O Diário TV não conseguiu contato com a Tkasa. Mas, pelas redes sociais, a empresa divulgou duas notas. Uma no dia 10 de janeiro deste ano dizendo que fechou as portas por causa de "ameaças físicas e tumultos".

 

A segunda divulgação foi em 23 de fevereiro, a Tkasa informou que decretou falência e que aguarda a decisão do juiz "para ver como será feito o pagamento dos credores". Segundo a nota, a empresa informou que entende o nervosismo dos clientes e parceiros e que provavelmente haverá uma investigação para provar que não houve golpe e sim uma fatalidade diante do cenário da pandemia.

 

O Procon de Suzano informou que registrou 11 reclamações referentes ao assunto, todas no ano passado. Segundo o Procon, os casos relatados foram levados ao conhecimento da empresa e que a mesma tem buscado solucionar cada situação apresentada. O Procon esclareceu que na impossibilidade de resolução do caso, o consumidor é orientado a dar prosseguimento ao processo junto ao poder judiciário. 

 

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Orientação

 

O especialista em direitos do consumidor Dori Boucault avalia que esse tipo de situação é muito complexa por envolver as esferas administrativas e o judiciário. O especialista lembra que em caso de falência o que é pago em primeiro lugar são as dívidas trabalhistas e depois o consumidor.

 

Ele também recomenda que se registre um boletim de ocorrência e alguns cuidados antes da compra. “Pegue referência de quem comprou, se recebeu. Pesquise no site do Ministério da Justiça, site de defesa do consumidor e no Procon.”

 

(Com informações do G1)

 

 

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