Empresas de cartão propõem opção de crédito
A indústria de cartões apresentou recentemente ao Banco Central uma proposta de modelo para pagamentos com cartões de crédito, que seria uma alternativa à modalidade do parcelado sem juros. A proposta formulada pela Abecs, entidade que representa o setor, dá aos lojistas a opção de oferecer aos consumidores que quiserem fazer compras em prestações o pagamento financiado pela instituição financeira emissora do cartão.
Segundo a Abecs, esse modelo é apenas uma opção à mais e não será obrigatório. A Entidade informou que executivos do Banco Central receberam bem a proposta e deram sinal verde para que ela seja desenvolvida para eventual aplicação no futuro. De acordo com as estimativas, o juro mensal médio desse tipo de operação seria de cerca de 3% ao mês, nível parecido com o que as adquirentes (donas dos terminais de pagamentos) cobram dos lojistas para lhes antecipar os recursos de uma venda em parcelas.
A proposta é uma resposta à movimentação do Banco Central de mudar regras da indústria de cartões com objetivo de reduzir os custos de transações, inclusive dos juros envolvidos. Após ter determinado em abril do ano passado o limite de 30 dias para uso do rotativo, o BC também planeja reduzir o prazo de repasse de recursos das vendas no cartão, das adquirentes para os lojistas.
Atualmente, o prazo é 30 dias. No ano passado, o regulador chegou a sinalizar intenção de reduzir o limite para dois dias após a compra, como acontece na maioria dos países. Para o BC, ao ter os recursos de forma mais imediata, os lojistas terão mais capital de giro. Não precisando recorrer às adquirentes para antecipar recebíveis, os lojistas teriam custos financeiros bastante reduzidos, tendo espaço para vender produtos à vista mais baratos.
Sem o peso financeiro que o parcelado sem juros lhes impõe, os lojistas, principalmente os pequenos, teriam condições de parcelar suas vendas para prazos maiores do que atualmente. A aposta da Abecs é que a possível oferta de prazos mais longos ajude a convencer os clientes a optar por esse mecanismo.
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