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Lucro líquido da Duratex caiu 39,6% no 3º trimestre de 2022

Revisado Natalia Concentino - 07 de Novembro 2022

A Dexco, nova marca da Duratex, viu seus resultados encolherem. O lucro líquido caiu 39,6% no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo intervalo de 2021, indo a R$ 154,148 milhões. Porém, a resiliência demonstrada na Divisão Madeira foi o grande destaque do trimestre, mesmo com queda de 8,6% e 7,3% no 3º trimestre de 2022 e nos nove meses do ano respectivamente, quando comparado com os mesmos períodos 2021, este que apresentou o recorde da Divisão até então. 

 

Apesar da retração, a Divisão Madeira aumentou seu market share e manteve seu posicionamento no mercado externo no 3T22. O mercado de painéis de madeira apresentou queda de 9,2% nos volumes vendidos em relação ao 3T21, sendo que o mercado interno retraiu 11,5% e as exportações cresceram 13,0%, conforme dados divulgados pela IBÁ. No acumulado do ano, segundo a IBÁ, a queda nas vendas foi de 9,6% em relação ao mesmo período de 2021, com retração de 14,7% nas vendas no mercado interno e avanço de 27,9% nas exportações. 

 

A Divisão Madeira encerrou o trimestre com 736,1 mil m³ vendidos de painéis, sendo que deste volume aproximadamente 20,0% foram direcionados a operação da Colômbia e mercado externo. Este resultado, apesar de inferior ao que a Companhia apresentou no mesmo trimestre de 2021, superou o resultado do trimestre imediatamente anterior, diante de uma leve retomada do canal varejo (Revenda) e manutenção das vendas para a Indústria. 

 

Em relação as exportações, as reduções notadas nos custos de frete marítimo, apesar de ainda altos, levaram a um aumento no volume exportado em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas ainda inferior ao notado no mesmo período de 2021. Nos nove meses, o volume vendido foi de 2.191,9 mil m³, com as exportações em patamares próximos ao mesmo período de 2021. 

 

Os altos patamares de preços seguem beneficiando a receita unitária da Divisão, que apresentou alta de 15,1% em relação ao mesmo trimestre de 2021, enquanto em relação ao segundo trimestre de 2022 mantiveram-se estável. 

 

Nos nove meses do ano, a Receita unitária média foi 23,1% acima da realizada em 2021. Com isso, a Dexco encerrou o período com recorde em sua Receita Líquida trimestral e nos nove meses deste ano, efeito da bem implementada estratégia comercial e dos aumentos de preços realizados ao longo de 2021, mesmo se considerado a variação cambial do período, que impactou negativamente a política de preços praticada no mercado externo.

 

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Pressão de custos

 

A pressão inflacionária sobre os custos dos principais insumos de produção de painéis, em especial das commodities, segue sendo um desafio para a Divisão, mesmo em meio as reduções que já foram notadas nos valores de setembro. Isto, aliado ao aumento do câmbio, levou o Custo Caixa Unitário Pró-forma a alta de 32,2% em relação ao 3º trimestre de 2021. 

 

Além disso, os aumentos nos custos dos fretes também pressionaram os resultados, levando a alta de 16,0% das Despesas com Vendas na comparação com o 3T21, porém já em níveis menores que no 2T22 (-19,4%). 

 

Já as Despesas Gerais e Administrativas, assim como o resultado acumulado, foram impactadas pelos gastos com digitalização e maior base salarial decorrente do dissídio de 2021. O recorde de Receita Líquida não foi suficiente para compensar a queda nas vendas – que segue em patamares saudáveis – e a inflação de insumos e frete, que resultaram no EBITDA Ajustado e Recorrente de R$ 276,1 milhões, 28,0% abaixo do 3T21, com retração na margem de 9,7 pontos percentuais. Com este resultado, a Divisão Madeira encerrou os nove meses de 2020 com EBITDA Ajustado e Recorrente de R$ 895,4 milhões, 18,0% abaixo do mesmo período de 2021. 

 

Reforçando a estratégia de diferenciação, no ano já foram investidos R$ 76,3 milhões no projeto de desgargalamento fabril, na aquisição de equipamentos para expansão da capacidade de revestimento de painéis e aumento da base florestal no Nordeste.

 

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