Obter lucro vendendo para startups?
Eu sou um privilegiado. Quantos no setor moveleiro tem o privilégio de ver um comentário como o da semana passada, quando analisamos a relação startups e indústria de móveis ser visto por mais de 4.200 pessoas, somando quem viu no Portal e quem assistiu na minha página no LinkedIn durante a semana. Isso é fundamental para democratizar a comunicação na cadeia moveleira. Obrigado gente!
E, ainda sobre o tema da última semana – e não porque ele rendeu recorde de views – mas tenho dois pontos a acrescentar sobre a relação startups e indústrias de móveis: a primeira é o fato de a MadeiraMadeira anunciar 120 lojas físicas ainda este ano, confirmando o que viemos falando há muito tempo: puro digital não consegue aquela relação de confiança necessária com os consumidores. Como observou o professor João Mariano de Almeida, em nosso comentário no Facebook, “interação... comunicação... empatia... humor... as pessoas precisam disso... Eu reforço, um fato incontestável: quanto mais digital, mais físico deve ser. É a volta do velho e bom normal.
O segundo ponto, vem de um leitor: os 338 milhões de dólares que a MadeiraMadeira recebeu de bancos de investimentos correspondem ao faturamento de três anos da startup e uma IPO não levantaria 1,8 bilhão de reais para repor o dinheiro destes investidores.
Meu leitor tem razão. É dinheiro demais, principalmente quando se avalia a situação do principal concorrente. Os aportes recebidos pela Mobly, desde que a empresa foi crida, em 2011, não alcançaram 10% deste valor. E, considerando os valores mínimos e máximos de venda por ação na Bolsa B3, a Mobly estima levantar entre 750 milhões a 1 bilhão de reais, se vender todas as ações disponíveis ao mercado pelo preço mínimo ou máximo pretendido.
Como se vê, pode-se fazer muito com bem menos dinheiro... e oferecer mais retorno também aos investidores. Agora, na relação com os fornecedores, a Mobly não é muito diferente da MadeiraMadeira não.
Então, para concluir este assunto. Cá entre nós: É possível fazer bons negócios vendendo móveis para startups, mas isso é para empresas de baixo custo, altamente eficientes, com produtos diferenciados, focados em nichos de consumidores. E, convenhamos, isso é exceção, não é a regra no setor.
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