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Lucros vão crescer mais que vendas no varejo

Por Daniela Maccio - 22 de Setembro 2016

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a retomada das vendas do varejo no Brasil terá um efeito amplificado nos lucros das empresas, em razão de ajustes adotados pelas companhias para enfrentarem o cenário difícil dos últimos anos. “Com a crise, muitas empresas ficaram mais enxutas, tomaram decisões difíceis, fecharam lojas, abortaram projetos ruins, entre outras medidas (buscando eficiência operacional)", disse ele, explicando que isso se refletirá em lucros crescendo mais do que as vendas quando estas reagirem.

 

Ainda segundo ele, o setor de eletromóveis será o mais beneficiado, uma vez que tende a ser o que apresenta as maiores oscilações também nos períodos negativos. Terra prevê o começo da retomada no varejo a partir do quarto trimestre, mas destaca que o ritmo dessa recuperação ainda é uma incógnita, uma vez que depende de outras variáveis, particularmente o crédito.

 

Na visão de Terra, se a recente melhora da confiança continuar e houver uma retomada do crédito, o setor poderá reagir mesmo com o desemprego e a renda ainda não acompanhando o movimento. Ele argumenta que as pessoas empregadas que deixaram de comprar afetaram mais do que aqueles que não têm emprego.

 

O resultado das vendas da Black Friday neste ano deve ser melhor do que em 2015, segundo ele, com o varejo apostando fortemente em promoções, mas com os números também influenciados pelo aumento da popularidade em si da data e pelo crescimento do comércio eletrônico como um todo. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro.

 

Apesar de esperar também um desempenho melhor para as vendas no Natal, principalmente por causa da base de comparação fraca de 2015, Terra alertou sobre o risco dos números da Black Friday criarem uma falsa expectativa como ocorreu no ano passado. “O ideal é olhar o conjunto das duas datas e eu acredito que o conjunto será melhor”, afirmou. Em relação aos estoques do varejo para o fim do ano, ele observa uma preparação conservadora, mas com as redes preparando planos alternativos no caso de uma demanda acima do esperado. "Eles estão preparados para uma demanda pé no chão, sem risco de super estocagem, mas preparados para correr atrás cada um do seu jeito se precisar”.

 

Com informações do Jornal Extra

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