Madeira de reflorestamento é quase unanimidade em PE
A madeira de reflorestamento já está dominando o setor moveleiro pernambucano, de acordo com as informações divulgadas pelo Sindicato da Indústria de Móveis de Pernambuco. Apenas 4% das madeiras usadas não é de reflorestamento, o que representa uma modernização do setor e demonstra interesse em conter o desmatamento.
Segundo Vikentios Kakakis, presidente do sindicato, essa é uma tendência de todo o Nordeste, com a modernização da indústria de móveis é possível usar madeiras como o Pinus e Eucalipto, que são de reflorestamento. “Não se usa mais madeira nativa. Agora são as madeiras processadas, como o MDF. Aqueles que ainda usam são muito poucos, basicamente móveis rústicos. Ainda assim, existe uma forte fiscalização e o preço é muito alto. Usar madeira nativa para tudo inviabilizaria preços competitivos’, explica.
A madeira nativa que é utilizada em Pernambuco é trazida do Pará, geralmente Angelim e Timborana. “Essas madeiras são usadas naqueles móveis tradicionais de Gravatá, por exemplo. Mas o polo moveleiro do Estado é muito amplo, com empresas no Grande Recife, Agreste e até mesmo no Sertão. Engloba cidades como Vitória, Pombos, Afogados da Ingazeira, Pesqueira e João Alfredo”, conta Vikentios.
A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) disse, em nota, que para móveis fabricados com madeira de origem nativa, “o empresário do setor deve possuir um pátio (local de armazenamento de madeira) cadastrado no Sistema DOF – Documento de Origem Florestal, feito através da página do IBAMA e liberado pela CPRH”. O documento atesta a legalidade da cadeia produtiva, desde sua origem até o beneficiamento, que é considerado o fim da cadeia produtiva.
Já para os consumidores interessados em conferir a procedência da madeira que será comprada, basta “solicitar ao fabricante os DOFs de compra da madeira, compra da madeira, bem como as notas fiscais ou, ainda, caso tenha, o CNPJ da empresa”. Outra opção, segundo a CPRH, seria ligar para a agência e verificar a situação da empresa.
Setor moveleiro em Pernambuco
Embora o Sindicato da Indústria de Móveis de Pernambuco não tenha dados sobre a movimentação financeira gerada pelo setor, o economista Rafael Ramos, da Fecomércio, estima que haja uma injeção mensal de R$ 9 milhões na economia do Estado somente em salário.
O número leva em consideração a renda média de quem trabalha no varejo com móveis, que é de R$ 1.330, multiplicado pelos 7 mil empregos formais. "É significativo até mesmo para a questão da arrecadação de imposto dos municípios e Estado, com a venda dos móveis e a movimentação do dinheiro gerado pelo setor", avaliou Rafael Ramos.
Quando considera a cadeia produtiva completa (desde a extração ao varejo), Vikentios Kakakis acredita que haja a geração de até 14 mil empregos no Estado. "A produção de Pernambuco caiu bastante nos últimos dois anos devido à crise. A movelaria que usa madeira, como cama box e móveis de chapa, tem vindo com preço muito competitivo do Sul do País. Mesmo assim, ainda existem cerca de 400 CNPJs vinculadas ao setor no Estado. O sindicato tem 60 associados", contou.
O economista Rafael Ramos explica a queda nas vendas do setor: "São bens que estão em ambientes familiares e empresariais, o que acaba segurando uma demanda para as vendas. Esse produto está muito ligado à questão do acesso a crédito, por ser bem durável, com valores médios um pouco mais altos, o que acaba fazendo com que se utilize o crédito em grande parte das transações", analisa.
(com informações do JC Online)
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