Magalu diz que parceria com AliExpress vai acelerar as vendas
O Magazine Luiza anunciou nesta segunda-feira (24) uma parceria estratégica com o Alibaba, do bilionário chinês Jack Ma, para complementar o sortimento dos marketplaces da empresa e do AliExpress e, consequentemente, tentar ampliar as vendas nas duas plataformas.
O negócio ocorre em momento de avanço crescente - críticas de concorrentes brasileiros - de players asiáticos no comércio eletrônico no Brasil, como Shein e Shopee, além do próprio AliExpress.
“É uma parceira ganha-ganha. As duas plataformas vão ampliar seus sortimentos. O Ali vira um seller do Magalu. Para todos os produtos do Ali vendidos no Magalu haverá a cobrança de um take rate. O que o Ali vender do Magalu no seu canal também terá um take rate”, disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em teleconferência com jornalistas brasileiros nesta manhã.
A previsão é que a venda de produtos disponibilizados pelo Magalu no marketplace do AliExpress e vice-versa comece neste terceiro trimestre, sem um mês definido.
“As sinergias são imensas. As duas plataformas têm mais de 700 milhões de visitas por mês e mais de 60 milhões de clientes ativos”, afirmou Trajano.
Ele não revelou como será realizada a divisão da receita entre as duas empresas em cima do “take rate” cobrado de cada venda realizada no formato da parceria.
O executivo não quis entrar no mérito de uma suposta contradição do Magalu em se aliar a um grupo asiático depois de anos em que o varejo brasileiro - de modo geral - reclama de uma suposta concorrência desleal com gigantes do e-commerce do continente que vendem no país.
“Em nenhum momento, o Magalu criticou os marketplaces asiáticos”, disse Trajano, acrescentando em seguida o posicionamento da companhia em defesa da isonomia tributária.
O CEO do AliExpress para América Latina, Kai Li, presente na teleconferência, disse que o grupo chinês busca acelerar seu marketplace e melhorar a experiência do consumidor no Brasil.
“Temos focado cada vez mais na expansão da nossa operação local, reforçando o compromisso do AliExpress em contribuir com o desenvolvimento do e-commerce brasileiro”, afirmou.
O executivo disse que as conversas com os chineses começaram no final de 2023 e que envolveram uma centena de funcionários de diversas áreas da empresa brasileira.
O anúncio do acordo deu impulso para as ações do Magalu nesta segunda-feira. O papel fechou em alta de 12,28%, cotado a R$ 12,16. Com isso, reduziu a desvalorizada acumulada no ano para 35,6%, desempenho negativo em linha com outras ações de varejistas, descontadas pelos investidores devido à expectativa de menor redução da taxa de juros.
Análise
O anúncio do negócio chega quando o cenário do e-commerce brasileiro ganha um novo player asiático de peso. No início de junho, a Temu, marketplace chinês do grupo Pinduoduo, começou a vender seus produtos no Brasil, oferecendo itens de baixo valor, entre R$ 5 e R$ 10, com frete grátis. A estreia da plataforma coincidiu com a aprovação no Senado da taxação de 20% sobre mercadorias importadas acima de US$ 50.
Analistas do setor não esperam um aumento significativo de geração de caixa para o Magazine Luiza por causa da parceria com o AliExpress.
Com informações https://www.bloomberglinea.com.br
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