Magalu e Via Varejo se recuperam após “efeito Amazon”
Derrubadas pela chegada da Amazon Prime ao Brasil, as ações das principais varejistas brasileiras mostram forte recuperação do tombo da véspera. O “estímulo” veio após o IBGE ter divulgado, nesta quarta-feira (11), que as vendas do varejo cresceram 1% em julho, um forte sinal de que o terceiro trimestre pode ter começado melhor do que se imaginava.
Perto das 11h, os papéis do Magazine Luiza figuravam entre os maiores ganhos do dia, com alta acima de 3%, negociados a 33,50 reais. A ação da rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo valorizava 2,8%, enquanto a B2W avançava 2,75%, perto do mesmo horário. O Grupo Pão de Açúcar também se beneficiava do dado surpreendente, subindo ao redor de 3,3%.
No acumulado da semana, contudo, os papéis das varejistas ainda amargam perdas. B2W recua 7,6%, Magazine Luiza, 5,5%, e Via Varejo, 5,2%.
Os dados do varejo foram “inegavelmente positivos” e devem ao menos levantar dúvida sobre projeções mais pessimistas de retração para a atividade no 3º trimestre, escreveu o sócio diretor do banco digital Modalmais, Ronaldo Guimarães, em nota.
“Por enquanto, na espera de mais sinais que confirmem esse maior vigor da atividade econômica, mantemos nossa projeção de +0,1% para o PIB do 3º trimestre e +0,8% para o PIB de 2019”.
Efeito Amazon e greve dos Correios
Na véspera, as ações das grandes varejistas locais despencaram com a notícia de que a americana Amazon está trazendo ao Brasil seu serviço Prime, que oferece frete grátis em 48h para 90 cidades aos clientes que assinarem o pacote mensal de 9,90 reais. As ações do Magazine Luiza caíram 5,5%, as da B2W, caíram 4,8% e as da Via Varejo, dona das Casas Bahia, cederam 3,7%.
Nesta quarta, outra notícia deixou à mostra os entraves que a Amazon terá que enfrentar para fazer valer seu ambicioso plano de entregas que também vem desafiando sua mais nova concorrente, Magazine Luiza. Sindicatos que representam os funcionários dos Correios decidiram iniciar uma greve geral por tempo indeterminado, que deve afetar todos os serviços da companhia.
A paralisação dos serviços chega bem no momento em que os players do comércio eletrônico correm para agilizar a entrega de produtos no vasto território brasileiro. A Amazon, que não tem uma rede logística pulverizada no Brasil, é um desafio a mais.
Na avaliação de analistas de varejo, o serviço Prime da gigante não representa uma ameaça aos negócios das concorrentes brasileiras, que já possuem a expertise logística do mercado local.
(Com informações da Exame)
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