Magazine Luiza quer dobrar número de clientes
A varejista de móveis e eletrodomésticos Magazine Luiza apresentou mais um trimestre com resultados recordes. As vendas totais, incluindo lojas físicas, comércio eletrônico e marketplace, atingiram R$ 4,5 bilhões de reais, alta de 33,8%. Já o lucro líquido cresceu 152% para R$ 147 milhões, margem de 4,1%.
No entanto, Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, disse que o volume total de vendas não é mais a única métrica de sucesso da rede de varejo. Ele e a equipe de diretores escolheram mais de 20 índices para acompanhar os erros e acertos da empresa.
O principal índice é o número de clientes ativos. A intenção é dobrar esse número nos próximos dois ou três anos, afirmou Trajano durante teleconferência com os analistas sobre os resultados trimestrais da companhia. Para alcançar essa meta, a empresa irá atuar em diferentes frentes, da melhoria da logística, maior oferta de produtos e tecnologia.
Tempo de entrega
Um dos focos é diminuir o tempo de entrega dos produtos. “Queremos aumentar significativamente as ofertas de produtos que entregamos em até 48 horas, um prazo muito menor que a média das concorrentes”, afirmou o presidente.
Para ajudá-la nessa empreitada, a companhia adquiriu recentemente a startup Logbee. Assim como um Uber das entregas, ela conecta motoristas a entregas que precisam ser feitas, principalmente de itens menores e nas grandes cidades. O aplicativo otimiza a definição de rotas e monitora em tempo real entregas de produtos leves, realizadas por terceiros, maximizando a quantidade de entregas no mesmo dia.
A Logbee é atualmente responsável por mais de 90% das entregas expressas na Grande São Paulo, realizadas em até 2 dias úteis. A ideia é interligar a tecnologia da startup à malha de entregas que a empresa já tem, com 1.500 micro-transportadores responsáveis pelo abastecimento das lojas e por mais de 80% de todas as entregas da companhia.
Frequência maior de compra
A meta não é apenas conquistar um novo cliente mas também fazer com que ele compre com mais frequência. Por isso, a empresa está investindo em novas categorias de produtos. Geladeiras, móveis e outros eletrodomésticos são produtos caros, mas comprados com pouca frequência. “Estávamos muito confortáveis no modelo anterior, de compras de tíquete alto, mas para poucos clientes”, afirmou Trajano.
O marketplace, diz ele, será essencial para ampliar as ofertas de produtos aos consumidores. Lançado no final de 2016, a plataforma venda mais de 2 milhões de itens de 2.000 parceiros a partir do site da companhia. Categorias como perfumaria e livros, nas quais o Magazine ainda não atuava, passaram a ser atendidas por terceiros. A empresa ainda avalia entrar no segmento de moda em breve.
Expansão física
Outra frente é a expansão das lojas físicas. Em um ano, a companhia abriu 54 lojas, chegando a 858 unidades. No segundo trimestre, prevê inaugurar mais de 30 lojas, principalmente em regiões novas como São Luís I(MA) e Goiânia (GO) em que está pouco presente. A expansão física não ajuda apenas a ampliar a presença e vendas físicas, mas também impulsiona as vendas do comércio eletrônico, que é outro foco da empresa para conquistar clientes.
Cada vez mais lojas estarão habilitadas para que o consumidor que comprou no site retire o item na loja, sem pagar frete. Cerca de 25% das vendas online já usam o serviço. As lojas funcionam como um pequeno centro de distribuição para os produtos comprados pela internet, o que também reduz os gastos com logística da varejista.
Para suportar a integração das lojas físicas com o comércio eletrônico, a varejista está reformando todas as suas lojas para terem um espaço maior dedicado ao comércio eletrônico, assim como um balcão de atendimento mais adequado para quem comprou pelo site ou aplicativo da empresa.
Espaço para crescer
O faturamento da companhia foi recorde neste trimestre. As vendas deste período já foram superiores às do último trimestre do ano, tradicionalmente mais forte por conta das vendas de Natal e Black Friday. Apesar do crescimento expressivo há alguns semestres, a companhia acredita que ainda há espaço para manter a alta nas receitas. “Hoje só temos 10% do mercado brasileiro, vemos muito espaço para aumentar nossa relevância no cenário de consumo brasileiro, tanto online quanto offline”, disse Trajano.
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