Magazine Luiza tem muita história, mas um futuro em branco
O Magazine Luiza é uma empresa de varejo que atua com lojas físicas e no e-commerce. Opera 1.477 lojas físicas, distribuídas por mais de 830 cidades, de 21 estados, e que vêm rapidamente se transformando em centros avançados de distribuição dos produtos da empresa e de sellers, vendidos online. Para abastecer esses pontos, novos centros de distribuição foram abertos em 2021, totalizando 24 CDs localizados em diferentes regiões do país. A logística conta com a Malha Luiza, a Logbee e a GFL, compondo um total de cerca de 8.200 motoristas, proporcionando aos clientes a entrega mais rápida do Brasil. A empresa também é dona das plataformas Netshoes, Zattini e Shoestock.
Além do varejo, a empresa atua com produtos financeiros: cartão de crédito Luizacred, o seguro Luizaseg e o Consórcio Luiza.
Desde 2011, o Magazine Luiza faz parte do Novo Mercado da B3, a bolsa de valores de São Paulo. Há vinte anos, integra a lista das melhores empresas para trabalhar no Brasil e por dois anos consecutivos foi considerada a número 1 do varejo.
Em 2019 a Magazine Luiza foi premiada pela InfoMoney como a Melhor Empresa da Bolsa. O ranking foi elaborado em parceria com o Ibmec e a Economatica.
O Magazine Luiza teve início em 1957, na cidade de Franca (SP), com uma loja de presentes fundada pelo casal Luiza Trajano Donato e José Donato. Em 1976 a empresa adquire as Lojas Mercantil e se expande pelo interior de São Paulo.
Em 1991, a sobrinha da fundadora, Luiza Helena Trajano, assume a liderança da organização. No ano seguinte são lançadas as primeiras lojas virtuais e em 2000 o site magazineluiza.com.br.
Em 2005 é criada a Luizaseg, em parceria com a Cardif, do grupo BNP Paribas. Em 2011, além do IPO, a empresa adquire a rede Baú da Felicidade. Em 2015 a empresa lançou um ciclo de desenvolvimento para sua atuação digital, com uma nova versão do aplicativo de compras para o e-commerce via celular.
Em 2019 o Magazine Luiza concluiu a compra da companhia de comércio eletrônico Netshoes, avaliando a empresa em cerca de US$ 115 milhões.
O futuro em branco
Mas se a história passada é muito emblemática de uma empresa do interior que alcança o Brasil inteiro, quase nenhum especialista em varejo arrisca um prognóstico para o futuro. O varejo se tornou competitivo demais com a chegada de gigantes asiáticos e norte-americanos. E o reflexo foi sentido em cheio por grandes varejistas brasileiras, entre elas o Magazine Luiza. O recuo do valor das ações no mercado é a parte mais visível do problema.
Para se ter ideia, em 03 de novembro de 2020 as ações do Magalu atingiram o topo de valor, sendo cotadas a R$ 27,77. Havia muita euforia, já que em 06 de novembro de 2018, ou seja, apenas dois anos antes, as ações eram vendidas a R$ 1,67, uma evolução meteórica de 1.532%.
Mas na sexta-feira, dia 1º de julho de 2022, o preço das ações do Magazine Luiza na Bolsa estava cotado a R$ 2,24, desvalorização de 91,79% em menos de dois anos.
Chegaram ao fundo do poço? É difícil responder. Por isso o futuro da maior rede de varejo está para ser escrito. Por enquanto é um quadro em branco.
No primeiro trimestre do ano — já sofrendo com a piora da economia, provocada pela elevação dos juros —, a varejista reportou prejuízo líquido de R$ 161 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 258 milhões do mesmo período do ano passado.
*Por Ari Bruno Lorandi, CEO da Móveis de Valor
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