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Manlec mantêm operações mais tradicionais

Por Daniela Maccio - 25 de Março 2015

Não há tempo a perder. As estratégias para a recuperação judicial da Manlec, que enfrenta o desafio de sanar dívidas que ultrapassam R$ 100 milhões, incluem redução de custos fixos, alteração nos produtos comercializados, mecanismos para alavancagem de vendas, alianças estratégicas com fornecedores e possível alienação de ativos, entre outras medidas.

 

Segundo o vice-presidente da rede, Atilio Manzoli Jr, a ordem é trabalhar duro para mudar a atual situação financeira da empresa, o que inclui o fechamento de filiais deficitárias ou com pouco tempo de mercado. Semana passada, uma das duas lojas de Cachoeirinha, a que funcionava dentro do Shopping do Vale, baixou as cortinas definitivamente.

 

Criada em 1953 como uma pequena fábrica de móveis, a rede atua no varejo há 48 anos e chegou a manter 45 unidades no Rio Grande do Sul. Com o processo de recuperação judicial, iniciado em agosto do ano passado, a Manlec opera atualmente com 27 lojas, sendo que cinco delas estão na Capital. No início deste ano, a empresa entregou o imóvel da rua Doutor Flores, no Centro de Porto Alegre, onde funcionou uma das filiais mais movimentadas, em um prédio com sete andares. De acordo com Manzoli Jr., estoque e mobiliário da loja central foram realocados, e há expectativa de que, no futuro, a marca volte a se inserir no principal bairro da cidade, porém em um ponto menor.


Ao driblar cenário adverso, com endividamento que ultrapassou os R$ 100 milhões, a Manlec segue se reestruturando, garante o vice-presidente da rede varejista, Atilio Manzoli Jr. No entanto, a empresa precisou passar por mudanças "forçadas", como a diminuição de oferta de produtos de linha branca. "A maioria dos fornecedores deste segmento são empresas internacionais, que não quiseram mais vender os produtos, por causa da recuperação judicial", explica o advogado da Manlec, João Medeiros Fernandes Jr.

Com isso, a varejista tem se focado na venda de móveis, que sempre foi seu carro chefe, e de colchões, além de produtos de informática e alguns eletrônicos. "Mas não com a grande variedade do passado", reforça Medeiros. Segundo o jurista, o processo de recuperação judicial da empresa está "aberto para várias possibilidades", entre as quais a venda da rede. "Não é nosso principal objetivo, mas existe esta hipótese, assim como a injeção de capital de um grupo local, por exemplo."

Mas o vice-presidente da Manlec aposta que a situação é passageira. "Estamos focados em superar esta fase. A equipe está unida, e com as mudanças recentes nossa operação está melhor. Estamos nos adequando à situação, para trabalhar com estabilidade e sair da recuperação judicial.

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