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Máquina de Vendas faz acordo de reestruturação

Por Jeniffer Oliveira - 27 de Agosto 2018

A Máquina de Vendas, dona das redes Ricardo Eletro, Insinuante, City Lar, Salfer e Eletro Shopping, protocolou no último sábado (25) seu plano de recuperação extrajudicial. A peça-chave no processo de reestruturação é a companhia brasileira de private equity (que compra participação em empresas) Starboard, que ficará com 72,5% da varejista mediante um aporte de 250 milhões de reais.

 

A negociação, que vinha sendo finalizada nos últimos dias, tem por objetivo reestruturar a dívida da ordem de 3 bilhões de reais da Máquina de Vendas, sendo metade com 250 fornecedores da indústria de eletroeletrônicos. O acordo foi costurado com 20 deles, credores de quase 80% da dívida de 1,5 bilhão reais.

 

A reestruturação dará novo fôlego à empresa, pois no acordo os fornecedores se comprometem a liberar linhas de crédito à Máquina de Vendas no total de 800 milhões reais – o equivalente a três meses de capital de giro.

 

Assim, a companhia, que é e terceira maior varejista de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis do País, poderá voltar a abastecer as lojas com produtos – uma vez que, atualmente, a falta de crédito tem gerado carência de equipamentos nas unidades, especialmente de TVs e aparelhos de som.

 

O próximo passo na reestruturação é a homologação do acordo, que deve ocorrer em até três meses, para que então a Starboard, sócia do fundo americano Apollo, assuma o controle da Máquina de Vendas. A empresa, hoje sob o comando do empresário Ricardo Nunes, terá um novo presidente. Pedro Bianchi, da Starboard, será um dos conselheiros.

 

Além do aporte da Starboard e do crédito dos fornecedores, o grupo espera levantar outros 250 milhões de reais com fundos de investimento para arrumar a casa.

 

 

Crise

 

Em dificuldade financeira nos últimos anos, a Máquina de Vendas – resultado da fusão da Ricardo Eletro, do empresário Ricardo Nunes, e da Insinuante, de Luiz Carlos Batista, em 2010 – estava em busca de um investidor para injetar recursos no negócio, que sofreu bastante com a crise. Em 2017, a companhia começou a renegociar seus débitos com os bancos.

 

Com faturamento de 5,2 bilhões de reais, a Máquina de Vendas tem 650 lojas no País. A varejista chegou a ter 1,2 mil, mas teve de enxugar o negócio por causa da crise. Dona também das redes City Lar, Salfer e Eletro Shopping, a companhia é a terceira maior varejista do segmento, atrás da Via Varejo e Magazine Luiza. Procurada, a Máquina de Vendas não retornou o contato da reportagem. A Starboard não comentou.

 

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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