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Mercado Livre quer fatia maior na linha branca e mira móveis?

Revisado Natalia Concentino - 04 de Agosto 2023

Parece redundante, mas o mercado se encanta com o Mercado Livre. A empresa argentina vem entregando crescimento ininterrupto ao longo dos últimos anos, demonstrando força quando muitos de seus concorrentes patinaram.

 

Os resultados divulgados nesta quarta-feira (2) sobre o segundo trimestre de 2023 voltaram a reforçar essa tese. 

 

De acordo com análise de Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, a receita líquida de US$ 3,4 bilhões no trimestre resultou de um aumento de 17% na base de clientes, de 18% no número de itens vendidos e evolução nas principais regiões de atuação da companhia. A comparação é feita com o mesmo período de 2022.

 

ML mira mercado multibilionário

 

Crescimento também é a palavra que definiu o volume bruto de mercadorias transacionadas (GMV, na sigla em inglês).

 

No trimestre, o GMV ultrapassou a marca dos US$ 10 bilhões, beneficiando-se diretamente da derrocada da Americanas, em uma indicação de que a empresa continua expandindo a sua já dominante fatia de mercado no Brasil.

 

Ainda dentro do contexto brasileiro, o Mercado Livre informou estar melhorando a sua competitividade de preços em produtos eletroeletrônicos, resultando em um aumento da margem de vendas 1P (vendas executadas pela própria plataforma, e não por terceiros).

 

Depois da queda da Americanas, o Mercado Livre vem se preparando para ‘travar uma guerra’ pela linha branca contra as demais concorrentes, como Via VarejoMagazine Luiza. As varejistas brasileiras são dominantes históricas do segmento, que corresponde a maior fatia do GMV local. 

 

Diante de todos esses números, o lucro líquido do Mercado Livre foi para US$ 261,9 milhões, avanço de 113% na base anual.

 

Este novo foco, visando impulsionar as vendas de bens duráveis, a partir da própria plataforma, pode incluir mais móveis, um segmento que proporciona margem de rentabilidade muito superior aos eletrodomésticos e eletrônicos.

 

leia: Investimento em centros de distribuição é tendência no varejo

 

Não é só o e-commerce

 

As boas notícias para a varejista ultrapassaram a divisão de e-commerce. O Mercado Envios, que é segmento de logística próprio do Mercado Livre, atingiu um recorde no segundo trimestre de 2023, ao atingir uma penetração de 94% da rede de distribuidores parceiros.

 

Já o fullfillment, serviço no qual a Meli realiza o armazenamento, embalagem e entrega de produtos, atingiu uma penetração de 46% em termos consolidados. Segundo a varejista, 56% dos pedidos estão sendo entregues em até 24 horas.

 

Assim como o Mercado Envios, Mercado Pago também apresentou números “superlativos”, de acordo com Ferrer. O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) atingiu US$ 42 bilhões, um aumento de 740% em relação ao segundo trimestre de 2022. Do total, US$ 27 bilhões é referente ao que está sendo transacionado fora da plataforma.

 

Dentro do Mercado Pago, o Itaú BBA faz menção à linha de crédito, o Mercado Crédito. A receita de juros descontada de perdas para o produto teve um ganho de 6,2 ponto percentual (pp.), que chega a 36,8%. “O número foi puxado por menor provisão para perdas, em razão de uma qualidade de ativos maior e declínio do risco de inadimplência”.

 

(Com informações InfoMoney e edição da MV)

 

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