Moveleiros prevêem alta de preços com volta do IPI
Por Edson Rodrigues
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26 de Março 2014
As indústrias da serra gaúcha, um dos principais polos moveleiros do País, já contam com o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 5% a partir de 30 de junho. Em janeiro, a alíquota passou de 3,5% para 4%, como parte de um processo de recomposição gradual do tributo para móveis, laminados e painéis estabelecido pelo governo. O tributo havia sido zerado em 2010, em um pacote de estímulo a vários setores industriais. Em 2013, o setor já aplicou reajuste entre 6% e 10% nos produtos.
"A expectativa é que o imposto vai voltar todo. Temos representante atuando junto ao governo, a Abimóvel , mas está muito difícil e estamos pessimistas", diz Henrique Tecchio, presidente do Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário) de Bento Gonçalves (RS) à Folha de São Paulo. O reflexo, segundo ele, será o aumento de preços dos produtos para o consumidor. "Aumenta o custo final", diz.
Segundo Tecchio, a volta do IPI ao patamar original de 5%, será mais um fator a pressionar para a redução do custo interno. O momento da indústria, agora, é "voltar-se para dentro de casa, para dentro das empresas, para refazer as contas e o planejamento". "Conseguimos segurar [os custos] até certo ponto. A última medida é a demissão de profissionais até porque temos carência de mão de obra qualificada", diz.
Mas a indústria não dá o ano por perdido. A entrada de dinheiro no país com a Copa do Mundo, nos meses de junho e julho, e com as eleições, em novembro, são um alento. "Não temos histórico da Copa, mas entendemos que vai movimentar muitos recursos que no pós-Copa deverá ser utilizado. Mais os recursos e possíveis obras com as eleições", afirma Tecchio. Para 2014, o polo moveleiro de Bento Gonçalves estima crescimento de 4% a 5% no faturamento contra expansão de 3% em 2013 e 7,4% em 2012.
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