Número de fábricas de móveis reduz em 5,6% em uma década
Durante dez meses por ano, os cerca de 21 mil moradores com residência fixa na bela Bombinhas, em Santa Catarina, tem a cidade toda para si, mas basta se aproximarem o Réveillon e o Carnaval para o sossego desaparecer com a chegada de cerca de 300 mil pessoas. Em 2011, havia aproximadamente 15 mil residências, montante que na prática dobrou em uma década devido a explosão da construção civil e, como desdobramento, a procura por móveis.
Bombinhas está entre os 5.570 municípios brasileiros que obtiveram o maior percentual de crescimento de unidades industriais de móveis criadas entre 2011 e 2020, conforme o Censo realizado pelo IBGE. No intervalo de dez anos o total de empresas no balneário quase quintuplicou, somando 13 no fim do período. Essa porção está longe de ter a magnitude afamada de outros polos moveleiros, mas ainda hoje se percebe certa lentidão para atender a demanda que não para de crescer.
A construção civil impulsionou o aumento de fábricas em Bombinhas e em outras 795 cidades, das quais 38% fazem parte de um grupo que teve taxas excepcionais de registro de novas unidades na década. É o caso de Americana e Valinhos, ambas em São Paulo, Ibirama (SC), Eusébio (CE), Campo Grande (MS), Caldas Novas (GO), Sabáudia (PR) e Santa Cruz do Sul (RS), entre outras. Embora não sejam grandezas abundantes, todas mais do que dobraram a quantidade de registros em 2020 na comparação com 2011.
Em Santa Cruz do Sul (RS), por exemplo, o interesse foi por móveis planejados, informa o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins. Em 2011 havia 35 indústrias, agora são 59, evolução de quase 70%. “Talvez se torne uma alternativa importante para gerar renda e emprego”, ressalta Martins.
Mas apesar de a população brasileira ter crescido 7,7% e o volume de domicílios avançado 35,7% entre 2011 e 2020 (IBGE), um olhar mais acurado no universo moveleiro expõe outra realidade.
A quantidade de fábricas no período encolheu 5,6%, de 25.965 para 24.506. Em números absolutos representa 1.459 indústrias a menos, segundo o IBGE. O estudo mostra ainda que em apenas 45,1% das 5.570 cidades brasileiras pesquisadas há unidades fabris de móveis. E do somatório dos 2.512 municípios onde tem instalação, quase a metade conta com o registro de no mínimo uma e no máximo duas fábricas, sem que haja referência a apontamentos de mão de obra e pagamento de salários.
Da lista das 20 localidades com maior agrupamento de fábricas em 2020, mais de dois terços reduziram relativamente a 2011, incluindo cinco áreas dinâmicas, como Ubá (-20%), Caxias do Sul (-19%) e Bento Gonçalves (-14%), e sete capitais, entre as quais Fortaleza (-39%), Rio de Janeiro (-35%) e Belo Horizonte (-33%). Os polos que tiveram maior expansão foram Palhoça (+47%), Arapongas (+33%), Cascavel (+29%) e São José dos Pinhais (+13%)...LEIA MAIS
Comentários