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O mundo pode ser digital, mas não aposte todas as fichas nisso

Por Edson Rodrigues - 29 de Maio 2021

Mais de 20 milhões de brasileiros descobriram o e-commerce no último ano. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) houve crescimento de 68% no setor, 126 bilhões de reais em faturamento e mais de 300 milhões de pedidos. Então as lojas virtuais vão “matar” as lojas físicas? 

A resposta, com certeza, é não. O fato é que as compras via lojas físicas ainda são predominantes. Com as lojas fechadas o e-commerce representou apenas 11% do total e em condições normais, com lojas físicas abertas, não passa de 7%. E este é o número também do e-commerce de móveis e colchões no País.

Um estudo da ABComm e outro da Ebit/Nielsen concluíram que empresas tradicionais do varejo, como Casas Bahia, vendem mais na internet do que as que nasceram totalmente digitais, como a Mobly ou MadeiraMadeira, por exemplo. Que, por sinal, ambas estão investindo pesado em lojas físicas pelo País.

E não é só aqui. Paul Martin, chefe de varejo da consultoria KPMG no Reino Unido afirmou: “Os varejistas ficaram maravilhados com a forma como a reabertura das lojas foi saudada por compradores ansiosos para entrar nas lojas e se envolver mais uma vez com as compras físicas”.

E lá estão comemorando também o retorno das feiras presenciais:

“Um impulso mais iminente para os mercados de móveis e utilidades domésticas B2B será a reintrodução das feiras de negócios. De julho a outubro, devemos ver o retorno de várias feiras, apresentando produtos que vão desde presentes a móveis feitos à mão, design de interiores e vida ao ar livre”, destacou o especialista. 

E existem motivos para comemorar os eventos presenciais. Veja o que aconteceu com a maior feira de fornecedores para a indústria moveleira do mundo, a Interzum. Pela primeira vez em 60 anos, foi realizada no início de maio totalmente online.

No total, 10.000 participantes estavam ativos na plataforma. Em 2019 a Interzum recebeu 74.000 visitantes, sendo 55.000 de fora da Alemanha. “No geral, os expositores admitiram que uma feira digital não pode substituir um evento Interzum presencial em Colônia”, afirma o relatório da feira.

E os organizadores da feira concordam que o que leva pessoas às feiras é a possibilidade de ver as inovações, muitas delas na prática, o que estimula a realização de negócios e o networking. E isso não acontece em eventos virtuais, embora toda a evolução das ferramentas digitais.

E a questão do impresso ou digital atingiu a Móveis de Valor também. Durante a pandemia, em 2020, com as dificuldades inerentes que atravessamos, perguntamos aos nossos leitores se eles concordavam em receber a revista apenas em formato digital. Caso contrário, haveria a cobrança da assinatura da revista impressa.

E, para a nossa surpresa, em pouco mais de 90 dias conseguimos mais de 7.200 assinaturas pagas, sendo 90% de lojistas. Graças a essa maciça adesão ao impresso, estamos mantendo nossa circulação mensal de 9.200 exemplares com tiragem auditada.

Cá entre nós: O mundo pode ser digital, mas as pessoas continuam preferindo se relacionar com o físico.

O relacionamento interpessoal jamais será relegado ao plano digital, independente da evolução tecnológica. E para quem ainda duvida, deixo aqui uma pergunta: o que significa ter mil amigos no Facebook, se não lembramos deles nem no dia do seu aniversário?

 

 

 

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