O que tem de novo na queda do PIB em 2016
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pelo segundo ano seguido em 2016 e confirmou a pior recessão da história do País, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (7). A retração foi de 3,6% em relação ao ano anterior. Vale lembrar que em 2015 a economia já havia recuado 3,8%. Essa sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil nos anos de 1930 e 1931, quando os recuos foram de 2,1% e 3,3%, respectivamente. Porém, como a retração nos anos de 2015 e 2016 superou a dos anos 30, essa é a pior crise já registrada na economia brasileira.
Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 6,266 trilhões em 2016, e o PIB per capita ficou em R$ 30.407 – uma redução de 4,4% diante de 2015. A crise foi generalizada e os três setores que entram no cálculo do PIB recuaram no ano - agropecuária (-6,6%), indústria (-3,8%) e serviços (-2,7%). Os investimentos também pesaram contra o PIB. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), como o indicador de investimentos é conhecido, teve uma retração pelo terceiro ano seguido e caiu 10,2% em 2016. Também recuou, mas de forma menos intensa, a despesa do consumo do governo: 0,6% sobre 2015. De 2014 para 2015, a retração havia sido de 1,1%.
Mas o que tem de novo é a forte retração do consumo das famílias, que por muitos anos sustentou o crescimento do PIB do Brasil. Em 2016, seguiu ladeira abaixo, recuando 4,2% na comparação com 2015, acima da queda registrada entre 2014 e 2015, de 3,9%. Portanto, os 11% de queda no volume de venda de móveis pode até ser considerada moderada.
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