O reinado da Habitat
Ao contrário do que muitos acreditam, a gigante Ikea não reinou sozinha por décadas no conceito de móveis prontos para montar e objetos de design vendidos a preços baixos. Em 1964, seis anos após a rede sueca inaugurar sua primeira loja, o britânico Terence Conran abria as portas da Habitat, no bairro londrino Chelsea, iniciando uma revolução na forma como os ingleses consumiam mobiliário, utensílios domésticos e objetos de decoração.
Em uma época em que redes de móveis eram lugares sérios e depressivos, a regra da Habitat, era de que não era porque um objeto era barato que tinha que parecer barato. Antes até da Ikea, Conran percebeu que comprar móveis tinha que ser uma experiência, e sua loja foi uma das primeiras a priorizar a apresentação dos produtos, em vez de simplesmente empilhá-los de forma sem graça.
Os ambientes eram montados como poderiam ficar na casa dos consumidores, e isso foi uma mudança muito grande nos anos 60. Até então, as redes muitas vezes nem se preocupavam em tirar os móveis da caixa. Para se diferenciar, ele apresentava sua linha de móveis, que vinham com instruções para serem montados em casa pelos clientes, de forma primorosa. Eles eram rodeados por vasos de plantas, chaleiras, luminárias e utensílios de cozinha, tudo disposto na loja de forma casual e moderna.
Foi assim que, ainda nos anos 60, a loja passou a introduzir produtos que hoje parecem absurdamente banais, mas que eram considerados uma novidade na época, como espremedores de alho, panelas mais sofisticadas e edredons. Eram itens que muitas vezes vinham da Europa continental e que não faziam parte do cotidiano dos moradores da ilha, e que se tornaram sucesso de vendas.
Com isso, a Habitat refinou o gosto da classe média britânica e reinou até 1987, quando a já gigante Ikea abriu a primeira loja britânica, vendendo produtos por uma fração do preço. Hoje, a rede possui apenas três lojas no Reino Unido.
Com informações do Globo
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