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Olhai o mercado com lupa, as ilhas de oportunidades existem

Por Ari Bruno Lorandi - 27 de Abril 2023

 

O que eu vou escrever não é surpresa para quem me acompanha ao longo dos anos: a indústria de móveis – salvo raras e honrosas exceções – não se utiliza de informações estratégicas, ou seja, de inteligência comercial. 

 

E, não sabendo qual o real tamanho do mercado, também não investe em geração de demanda. Logo, a expansão do mercado é orgânica e fica longe da necessidade das indústrias, considerando a capacidade de produção de móveis instalada.

 

Desde 2002, com dados secundários confiáveis, projetamos anualmente o potencial de consumo de móveis no País, por município, classe social, segmentos etc. Trata-se de um Raio-X do varejo de móveis, mas pouco mais de uma dezena de indústrias utilizam esta ferramenta.

 

Uma olhada no desempenho do varejo de móveis nos últimos 20 anos também nos dá uma visão ampla da evolução do mercado. Por consequência, dá para comprovar como o mercado se comporta examinando os dados da produção de móveis ao longo deste tempo. 

 

E analisar o mercado com esta amplitude deveria ser determinante para que os empresários tomassem decisões de investimentos projetando o futuro. Não dá para investir apenas porque houve um soluço no mercado, como aconteceu na sequência da pandemia.

 

Apenas como exemplo, o volume de venda de móveis entre 2014 e 2022 recuou quase 25%, segundo dados do IBGE.

 

Os números do varejo de móveis nos dois primeiros meses deste ano são muito ruins. Tanto em volume quanto em receita de vendas. Porém, são muito piores em algumas regiões e menos ruins ou até positivos em outras regiões.

 

Inteligência comercial serve para analisar com lupa as ilhas de oportunidade. Elas existem e, normalmente, são determinadas por aspectos econômicos de longo prazo. 

 

Por exemplo, a região Centro-Oeste é eminentemente agrícola e sofre influências do clima e de preços internacionais. Uma empresa que esteja focada exclusivamente neste mercado deve estar preparada para acompanhar as oscilações da economia regional.

 

Vejamos o caso da Bahia, o maior mercado do Nordeste, que hoje perdeu mais da metade do volume de vendas que tinha no começo de 2022. A mudança política está atrasando a retomada do mercado dos que dependem dos programas sociais do Poder Público. 

 

Mas a situação no Nordeste vem se agravando há anos quando nos referimos ao comércio de móveis. O volume de vendas, considerando a média dos estados pesquisados pelo IBGE (Ceará, Pernambuco e Bahia) nos últimos 10 anos recuou quase 45%. 

 

Portanto, parece óbvio, mas como não é, vale lembrar que o mercado é flutuante, porém, esquecemos de gerar novas demandas e o mercado ficou mais estreito, as disputas com outros itens e bens de consumo se acentuaram com o desenvolvimento do e-commerce, onde móveis perde feio na preferência dos consumidores e pedalamos muito para conseguir 10% deste tipo de comércio.

 

Não vamos nos alongar em procurar as razões porque deixamos o mercado se conduzir espontaneamente rumo a diminuição da compra de móveis.

 

Cá entre nós: Cada vez mais fica evidente que o mercado vai ser absorvido por quem tiver mais visibilidade, encontrar ilhas de oportunidade em produto e mercado, tiver disposição de pesquisar sobre o que interessa aos brasileiros, o que os fará ir às lojas e comprar móveis. É sobre tudo isso que precisamos tratar. E nós, da Móveis de Valor, já estamos fazendo isso. Faça uma pausa... leia e tome suas decisões!

 

Até a próxima

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