Pão de Açúcar descarta venda da Via Varejo
Por Edson Rodrigues
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31 de Maio 2012
Formada por Ponto Frio, Casas Bahia e Nova Pontocom, a Via Varejo pertence a um segmento muito dependente de financiamento, o que, somado à demora na aprovação de sua formação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), travou a captura de algumas sinergias. O suporte do Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, é importante para garantir o crescimento da Via Varejo, cuja operação "casada" com o negócio de alimentos é apontada como estratégica por Bethlem.
Uma possível cisão da Via Varejo – que poderia, inclusive, passar às mãos da família Klein, que era dona da Casas Bahia – teria ganhado espaço nas discussões envolvendo os rumos do Pão de Açúcar após 22 de junho, quando o sócio francês Casino deve assumir o controle do grupo.
O vice-presidente executivo do Pão de Açúcar questiona a possibilidade de a Via Varejo sobreviver de forma isolada no mercado, sem o apoio de sua controladora. "(O negócio) é casado... A Via Varejo tem razão de existir casada (com o grupo)", afirmou Bethlem. "É difícil dizer se esse negócio fica de pé sozinho ou não", explicou.
A Via Varejo é responsável por quase 45% das vendas do Grupo Pão de Açúcar, mas por apenas um terço do resultado operacional – uma consequência, em parte, da espera de quase 30 meses para que o Cade avalie o processo.
No início deste mês, o relator do caso no órgão antitruste, conselheiro Marcos Paulo Veríssimo, afirmou que a operação deve ser votada em junho ou até meados de julho. "As sinergias não foram totalmente capturadas... Ainda estamos em processo de construção, de maturidade", disse o executivo do Pão de Açúcar, justificando a participação quase irrelevante da Via Varejo no lucro líquido consolidado do grupo.
(Fonte: Veja/ Reuters)
(Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress/Exame)
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