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Pensar fora do quadrado é o que todas as empresas devem fazer

Por Edson Rodrigues - 21 de Fevereiro 2022

 

O título deste comentário é uma frase do maior visionário do século 20, na minha opinião: Steve Jobs. “Para saber sobre o futuro é preciso olhar para as bordas”. E olhar para as bordas é pensar fora do quadrado, para inovar – ou ao menos entender o que vai acontecer no futuro e se preparar para enfrentá-lo. É o que todos os fabricantes de móveis devem fazer.

Eu explico. Economia, serviço e sustentabilidade já são prioridades para milhões de consumidores no mundo todo. Quer um exemplo? No ano passado, 33 milhões de pessoas compraram roupas e acessórios de segunda mão pela primeira vez, e 76% delas planejam aumentar os gastos com revenda nos próximos cinco anos. A ThredUp, pioneira em economia online, estima que a revenda crescerá 11 vezes mais rápido do que o setor de vestuário em geral até 2025.

E esse crescente apetite por camisetas e bolsas usadas está levando a algo maior – literalmente. 92% dos consumidores compraram mercadorias que foram abertas ou devolvidas anteriormente, usadas ou consignadas, incluindo itens como móveis e equipamentos de ginástica, de acordo com dados da pesquisa de consumidores de 2021. (se quiser, entre em contato comigo que eu mando uma cópia da pesquisa).

Mais da metade, 52%, diz ter comprado móveis usados ​​para sala de estar, enquanto 37% compraram peças de segunda mão para a sala de jantar e 36% mobiliaram seus quartos com artigos de revenda. A pesquisa também revelou que três quartos dos consumidores (76%) planejam comprar móveis de revenda no próximo ano ou dois.

 A pesquisa indica que valor e sustentabilidade estão impulsionando o interesse do consumidor na revenda de móveis. Outro fator importante é a realização. Os móveis revendidos estão disponíveis imediatamente.

É claro que a logística de revender um par de jeans parece muito diferente da complexidade da coleta e reentrega de itens grandes. Mas com a previsão da FloorFound de que 50% do que as marcas vendem serão de segunda mão até 2026, é crucial que fabricantes e varejistas enfrentem os desafios agora.

Ainda acha que isso é coisa do futuro? Acaba de sair uma pesquisa "Novos modelos de negócios em bens duráveis - os consumidores estão prontos?" Pois 93% dos consumidores brasileiros estão abertos a experimentar novos modelos de consumo para bens duráveis - como eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. Nos outros quatro países que participaram da pesquisa foram (75%).

Dentro dos novos modelos apontados pela pesquisa estão recursos de personalização, aluguel de produtos e pagamento por uso. O futuro está logo ali.

Cá entre nós: Aparentemente parece um contrassenso, mas os consumidores já estão comprando móveis usados ​​e esse segmento é crescente no mercado. E, então, olhando para as bordas, se enxerga que satisfazer as expectativas dos consumidores de economia, serviço e sustentabilidade – significa conquistar novos negócios e construir relacionamentos duradouros, além do que, quando alguém se “desapega” de um móvel usado, vai colocar um novo em seu lugar. E assim cria-se o hábito do consumo.

Comentários

Ari Bruno Lorandi

Jornalista profissional com mais de 40 anos de atividades. Atua em estratégias de comunicação e marketing no setor moveleiro há 30 anos. É Diretor de marketing do Intelligence Group do Brasil, empresa de comunicação e marketing com sede em Curitiba. A empresa publica a revista Móveis de Valor, Móveis de Valor Norte & Nordeste, Anuário de Colchões Brasil e criou a primeira TV do setor moveleiro no mundo em atividade desde 2008.