Paschoal Ambrosio: do Bixiga ao Palácio do Planalto
A antiga Rua João Passalaqua, no centro do bairro do Bixiga, onde hoje está localizado o Viaduto do Café, em São Paulo, sediou uma empresa que tem muita história para contar. Os 72 anos da Paschoal Ambrosio marcam a tradição no setor de estofados premium feitos sob medida para o Palácio do Planalto e até itens para a apresentadora Hebe Camargo. Mas, antes de chegarmos a esse ponto vejamos como tudo começou.
Início de tudo
A empresa carrega o nome de seu fundador, que veio de Nápoles (Itália) para o Brasil ainda na barriga da mãe. A cidade de São Paulo foi o centro urbano escolhido para abrigar a família do pequeno Paschoal. O menino desde muito jovem, sempre teve muita facilidade para aprender apenas observando o trabalho de outras pessoas. Depois que ingressou na antiga Tapeçaria Alemã – atualmente Tapeçaria Paulista –, lá pelos anos 1940, ele adquiriu grande conhecimento por meio do trabalho prático. Quando sua experiência nos ramos de tapetes terminou, Paschoal decidiu escrever as primeiras linhas de sua história como empreendedor.
Foi assim que, em 1947, o patriarca fundou a Paschoal Ambrosio nos fundos de sua casa, na Rua Passalaqua. O projeto de criar estofados que fossem confortáveis, duráveis e bonitos somou-se ao olhar atento do fundador que pouco a pouco foi conquistando a alta sociedade paulistana da época. O grande diferencial da marca em relação a outras existentes no mercado era a fabricação sob medida e ainda de forma mais artesanal.
Com o passar dos anos, o sucesso da P.A. ia crescendo e o reconhecimento dos produtos nas classes mais abastadas do Brasil também estava sendo consolidado. Mas em 1983 o fundador morre, deixando a tarefa de continuar seu legado para o filho, Fioravante.
Sr. Fiori, como gosta de ser chamado, cresceu dentro da empresa e herdou o encanto pela tapeçaria e o talento de seu pai. “Desde menino, ele me colocava para abrir crina animal e vegetal que utilizávamos para a confecção dos móveis, pois naquela época ainda não havia a espuma como a gente conhece hoje. Na adolescência, comecei a desmanchar sofás e almofadas, para entender como eram feitos e, depois, produzi-los. Por fim, comecei a atender os clientes. Tanto que, após a morte do meu pai, vários deles continuaram conosco. E, assim, eu segui os passos dele, aprendendo com a experiência”, lembra.
E como filho de peixe, peixinho é, os filhos de Fiore também tomaram gosto pela tapeçaria, e hoje comandam a empresa fundada pelo avô. Os irmãos Camila e Luiz Ambrosio são a terceira geração da família no comando da Paschoal Ambrosio, agregando um olhar mais jovem e conectado.
“Eu e meu irmão aprendemos com nosso pai os verdadeiros valores da empresa. Esperamos prosseguir com essa história, sempre conciliando os avanços tecnológicos, um planejamento criterioso seguido à risca a essência da marca”, afirma Camila Ambrosio, diretora comercial.
A tecnologia e o artesanal
No final da década de 1970 a empresa mudou o local de sua sede e hoje está na região do Bela Vista, na capital paulista. Enquanto a fachada tombada remete à tradição, seu interior revela uma fábrica moderna e antenada com as tendências do mercado.
Como forma de trazer o empreendimento da família ao universo tecnológico, os netos de Paschoal concretizaram há dois anos um contrato de gestão terceirizada, que posicionou a empresa rumo à atualização em todas as frentes, tanto em seus processos de produção como no atendimento ao cliente. Depois que aderiu a esta prática, Camila revela que a empresa, com dois anos de implementação, pode ampliar seu lucro líquido e triplicar o lucro operacional. “Hoje somos 100% digitais internamente com a gestão de Business Intelligence”, conta.
Camila afirma ainda que cada processo é acompanhado online por todo o time da Paschoal. “O que otimiza tempo, recursos e mantém a mesma qualidade de um produto feito com o maior cuidado aos detalhes e acabamento. Marca registrada da empresa”, revela a diretora de marketing.
As peças produzidas pela Paschoal Ambrosio são sofás, poltronas, cadeiras, pufes, cabeceiras e chaises, e todas contam com um enorme cuidado nos detalhes. Tudo isso é confeccionado com o auxílio de 28 funcionários diretos, sendo alguns de longa data, que trabalharam com o fundador. Eles ainda recebem uma apostila de aprendizagem que funciona tanto como um Manual de Boas Vindas como um livro que detalha todo o processo de produção nas peças produzidas pela P.A.
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