Preço de móveis varia o dobro do IPCA geral entre janeiro e maio
A variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, nos primeiros cinco meses de 2022, foi de 4,78% enquanto a de móveis subiu 10,12% no mesmo período, ou seja, 111% mais que o índice geral. E, mais, houve casos, como móveis para sala e cozinha que ultrapassaram os 11%.
Os preços no varejo refletem as altas nos custos de produção que começaram a subir verticalmente ainda no segundo semestre do ano 2020 e continuam em elevação, embora em níveis menores, até agora.
Porém, o viés do preço de móveis é de recuo no médio prazo. Quando se compara os índices geral e de móveis nos últimos 12 meses até maio, a diferença é de 80,7%. (Veja quadro)
Variação regional
A região que registrou a maior elevação no IPCA para móveis, de janeiro a maio, foi Recife com 13,92%, seguido de perto pelo Rio de Janeiro com 13,39%. As menores taxas são de Fortaleza (4,77%) e Belém (5,90%). Das 10 regiões pesquisadas pelo IBGE, a metade teve alta de dois dígitos, enquanto o IPCA geral no período permaneceu em todas as regiões abaixo de 6% (veja quadro abaixo).
Variação por segmento
No acumulado do ano, o segmento de salas teve o maior índice nos primeiros cinco meses, com 11,52% e picos superiores a 14% em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Na sequência vem o segmento de cozinhas com 11,31% no período e pico de 14,50% em Salvador.
Mas, o que chama atenção é o comportamento do segmento de colchão com índice de 0,42% no ano e de 0,29% quando se avalia os últimos 12 meses até maio.
Porém, a explicação parece lógica e vem do comportamento das indústrias colchoeiras de praticar o que se chama downgrade, ou seja, colocar no mercado produtos com preço inferior a base anterior. Como consequência natural, o reflexo alcança o varejo e os preços se mantém estáveis.
*Por Ari Bruno Lorandi, CEO Móveis de Valor
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