Preço do colchão segue baixo apesar do potencial de mercado
Costuma-se dizer que o excesso de oferta ou a baixa procura é que determina a redução de preços de determinado produto. Mas a exceção sempre contraria a regra. É o caso do mercado de colchões que vive uma situação no mínimo curiosa.
Os preços no varejo se comportavam positivamente nos primeiros anos após a entrada em vigor das normas técnicas para colchões. Dizia-se que as expressivas altas verificadas em 2013 (5,38%), em 2014 (11,93%) e 2015 (9,45%) se devia a elevação dos custos de produção por exigências das normas que colocaram um parâmetro mínimo de qualidade nos materiais.
Porém, apesar do aumento de 20% nos preços de varejo, no período de 2013 a 2015 a receita líquida das vendas de colchões no varejo alcançou 26%, segundo dados do IBGE. Portanto, os preços subiram quase tanto quanto o IPCA no período (24,8%) e as vendas jamais haviam experimentado altas tão elevadas. Era o efeito “normas” que garantiam produtos de mais qualidade e os consumidores foram às compras, trocando de colchão em velocidade nunca vista.
Mas, como tudo o que é bom dura pouco, junte-se o atendimento da demanda reprimida e a crise de 2014, e a demanda recuou e os preços muito mais (veja quadro 1). A primeira (demanda) até se justifica pelas vendas registradas nos anos imediatamente anteriores – como destacamos acima. Mas, o recuo dos preços não tem justificativa, principalmente porque este período coincidiu com fortes altas nas principais matérias-primas (espumas e molejos) através do TDI-Poliol e do aço.
Os preços do varejo caíram quase 5% em 2016, e embora tenha se recuperado em 2017 e 2018, dando novo ânimo para a indústria, voltaram a recuar em 2019. De janeiro outubro foram -2,80%, enquanto o IPCA geral marcou elevação de 2,60% no período (veja quadro 2).
As vendas no período 2017 a 2019 não se comportaram bem, apesar do esforço dos fornecedores e fabricantes, incorporando novas tecnologias.
A expectativa, segundo o estudo Mapa do Mercado, do Instituto Impulso, era de vendas de R$ 10,8 bilhões, mas com certeza ficou abaixo disso, embora o IBGE só irá divulgar os dados de consumo de 2019 no segundo semestre de 2020.
Independente disso, a economia do País começou a caminhar e deve acelerar um pouco mais em 2020, com novas reformas estruturais e, principalmente, geração de emprego e aumento da renda do trabalhador. Estes são alguns fatores que fizeram diferença na elaboração do Mapa do Mercado 2020. A estimativa para o setor colchoeiro é de expansão de 7,2%, subindo para quase R$ 11,6 bilhões.
A previsão não é nada otimista, mas trabalha a partir da realidade vista com as variáveis mais importantes consideradas no estudo: histórico de consumo de anos anteriores, inflação no período anterior e previsão para o ano seguinte, evolução dos preços no varejo (IPCA), juros da Selic e CDC (Crédito Direto ao Consumidor), taxa de desemprego e ICC (Índice de Confiança do Consumidor). É a análise de todas estas variáveis que permite um prognóstico mais próximo da realidade e que serve de parâmetro para o estabelecimento de metas de vendas de grandes empresas moveleiras.
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