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Prejuízo faz ações da Mobly desabarem na Bolsa de Valores

A Mobly registrou um prejuízo líquido de R$ 16,8 milhões no quarto trimestre de 2022, número praticamente igual ao déficit de R$ 16,6 milhões registrado no mesmo período de 2021. Isso levou acionistas a se desfazerem das ações, derrubando o valor em 27,6% apenas no pregão desta terça-feira, 25.

 

A leve alta do prejuízo, em parte, acompanha o pior desempenho da receita operacional líquida, que caiu 8% na base anual – saindo de R$ 190,4 milhões para R$ 175,8 milhões.

 

O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) recuou 5,6%, de R$ 253,6 milhões para R$ 234,8 milhões.

 

O Bradesco BBI destaca que o ambiente é ainda desafiador, como esperado.

 

Houve queda do GMV em base anual, com o canal de comércio eletrônico atuando como um obstáculo (queda anual de 17%), apesar de ser parcialmente compensado pelo crescimento das lojas físicas (28% –impulsionado essencialmente pela expansão da base de lojas, de 14 no 4T21 para 19 no 4T22).

 

A margem bruta da empresa expandiu 1,30 ponto percentual, em relação ao ano anterior (2,30 pontos acima do esperado) devido a aumentos de preços e negociações com fornecedores, embora isso tenha sido mais do que compensado por um aumento de 2 p.p. nas despesas como porcentagem das vendas (pessoal de vendas mais alto, aumentos salariais do pessoal administrativo e alguma desalavancagem operacional), levando também a uma contração da margem Ebitda.  A posição de caixa líquido melhorou R$ 8 milhões durante o trimestre, devido principalmente a extensões de contas a pagar com fornecedores.

 

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“Embora os resultados da Mobly não tenham sido muito diferentes de nossas expectativas, eles ainda são desanimadores, já que o crescimento das vendas (agora negativo por seis trimestres consecutivos) e a dinâmica da margem Ebitda permanecem desafiadores. No entanto, do lado positivo, a Mobly foi capaz de proteger o caixa –que é fundamental no atual ambiente de consumo/taxas de juros –principalmente por meio de negociações dos termos de pagamentos aos fornecedores”, aponta o banco.

 

O BBI avalia que a “Mobly puxou todas as alavancas possíveis para proteger o caixa e as margens em um ambiente de demanda difícil (cerca de 10% de contração anual em 2022 e contração também no canal online em 2023 até agora).”

 

Os analistas projetam que esse posicionamento estratégico se mantenha no curto prazo, dadas as altas taxas de juros e a pressão de renda das famílias, que normalmente levam os consumidores a evitar comprar itens de valor mais alto.

 

“Em nossa opinião, a Mobly está progredindo em algumas áreas, com eficiência em logística (expansão da MoblyLog e custos mais baixos), maior eficiência de marketing e gerenciamento de caixa. No entanto, a visibilidade em qualquer recuperação de vendas e, mais importante, melhorando a lucratividade, parece limitada”, avaliam, mantendo assim recomendação neutra para a ação.

 

Na mesma linha, o Morgan Stanley reiterou recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para Mobly, vendo um gerenciamento de margem da companhia, mas com pouca visibilidade à frente.

 

O Goldman Sachs também reiterou recomendação neutra, enquanto segue de olho no caminho da empresa para a lucratividade e geração de de caixa.

 

“As vendas ficaram abaixo do consenso Bloomberg (-5%), impactadas negativamente por um cenário de demanda ainda desafiador para o setor moveleiro. No entanto, o controle de despesas de vendas, gerais e administrativas melhor do que o esperado levou ao Ebitda ajustado em linha com o consenso e ligeiramente acima do break even (equilíbrio). Vemos uma melhora significativa no ciclo de conversão de caixa no trimestre, o que levou a empresa a retomar a geração de caixa (geração de caixa operacional de R$ 10 milhões no trimestre)”, apontam os analistas do banco.

 

(Com informações InfoMoney)

 

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