Prevenção de perdas na logística: de olho na eficiência
A logística, seja ela em qualquer setor, sempre foi importante para as estratégias de negócios, porém, nos últimos tempos encontrou seu lugar de destaque, sendo fundamental para as decisões de compra dos consumidores. Tudo isso aconteceu devido aos múltiplos canais de venda – lojas físicas, lojas online, aplicativos, Whatsapp, marketplaces – e a velocidade (ou a percepção dela) e qualidade exigidas.
A eficiência do conceito de logística expandiu-se para os 6 Rs do supply chain management – o produto certo (right product), no lugar certo (right place), com o preço certo (right price), na hora certa (right time), com a qualidade certa (right quality) e na quantidade certa (right quantity) – e cada um deles passou a ser uma busca incansável.
Com isso, as empresas de transporte têm que mudar seu conceito para uma empresa de logística, onde transporte é uma parte do processo, que tem basicamente o seguinte fluxo: coleta, recebimento, armazenagem, separação, expedição, entrega e a entrega da última milha. E as companhias que já atuam nesse conceito têm a busca pela eficiência operacional seu grande desafio.
Estatísticas indicam que tempo de entrega e valor do frete são dois dos cinco fatores que influenciam na compra do consumidor pela internet, e com isso, a operação da cadeia de suprimentos torna-se fundamental, além do preço, praticidade e promoções.
Quando um produto não chega no prazo informado no momento da compra, ou simplesmente não chega, pode gerar perda financeira em razão do ressarcimento ao consumidor, perda de estoque devido ao extravio/desvio do produto, perda comercial, onde o consumidor pode não comprar mais naquele local, e por fim, a mais impactante, que é a perda de imagem como atribuir uma avaliação negativa no site ou até expor sua insatisfação em redes sociais ou sites de reclamação.
Existe ainda a perda de produtividade, por conta do retrabalho no processo de busca pelo item comprado. Cinco dos oito tipos possíveis de perdas corporativas podem afetar a lucratividade e a continuidade da empresa. Em alguns negócios, esses números podem chegar a milhões de reais por ano.
Para atuar sobre isso é necessário a adoção de uma filosofia de prevenção de perdas, que tem impacto direto na cultura do negócio e ações que vão impactar as pessoas da organização, os processos e sua melhoria, a auditoria e o acompanhamento da eficiência na execução, além da tecnologia com inovação e os indicadores para direcionar e monitorar o desempenho das operações.
A prevenção de perdas tem uma atuação que traz ao negócio uma governança operacional necessária para ser preditiva nas ações e rápida nas correções, suportando todas os níveis organizacionais, mas, sobretudo, sendo os olhos do dono e disseminando a atmosfera de ownership.
Desta forma, as empresas com filosofia de prevenção de perdas conseguem alcançar níveis de execução mais altos e aumentam suas chances de vencer a competição acirrada do mercado, além de contribuir para um ambiente corporativo sinérgico e com olhar nas perdas que afetam o negócio e estão em todos os departamentos, todas as estratégias, todos os colaboradores.
Então, é hora de colocar as mãos na massa!
*Por Anderson Ozawa, diretor da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”
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