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Previsão de crescimento econômico cai para 1,64%

Por Edson Rodrigues - 03 de Setembro 2012
Na primeira pesquisa Focus após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2012, o mercado financeiro reduziu pela quinta semana consecutiva a previsão de crescimento da economia brasileira, que caiu de 1,73% para 1,64%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Para 2013, a aposta se manteve em 4,50%, acima dos 4,40% verificados há quatro semanas.

A projeção para o setor industrial em 2012 piorou novamente, de um resultado negativo de 1,55% para uma retração de 1,78%. Para 2013, economistas preveem ritmo maior, com avanço industrial de 4,50%, projeção que se manteve. Um mês antes, a pesquisa apontava estimativa de queda de 0,69% neste ano e alta de 4,40% no próximo ano.

Analistas mantiveram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 35,25% em 2012 e em 34% em 2013. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 35,40% e 34% do PIB para cada um dos dois anos.


Inflação

O mercado financeiro fez um ajuste marginal na projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013, que passou de 5,50% para 5,51%. Há um mês, estava em 5,50%. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,64% para 5,65%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,58%.
A projeção para 2012 subiu pela oitava semana consecutiva, passando agora de 5,19% para 5,20%. Há quatro semanas, estava em 5,00%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA no cenário de médio prazo se manteve em 5,20% em 2012 e em 5,50% em 2013. Há um mês, o grupo apostava em alta de 5,05% e 5,50% para cada ano, respectivamente.

Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em agosto teve ligeira alta, de 0,37% para 0,38%, acima do 0,32% previsto há um mês. Para setembro, a previsão passou de 0,40% para 0,41%, ante 0,40% há quatro semanas.

A pesquisa trouxe ligeira alteração nas previsões do mercado para a inflação nas médias das estimativas. De acordo com o levantamento, a média das apostas para o IPCA em 2012 subiu de 5,19% para 5,20%. Para 2013, a média passou de 5,53% para 5,54%. Para 2014, foi mantida em 5,24%.


Meta Selic

Na primeira pesquisa Focus divulgada após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a mediana das estimativas para o patamar da taxa Selic no final de 2012 seguiu em 7,25% pela quarta semana consecutiva, abaixo da taxa atual de 7,50%. Segundo a pesquisa, os juros ficam nesse patamar até março de 2013. Sobem para 7,50% em abril e são mantidos nesse porcentual nas reuniões de maio em julho, mesmas previsões do levantamento da semana passada.

As projeções a partir de agosto do próximo ano mudaram. A previsão para a Selic no oitavo mês de 2013 caiu de 7,88% para 7,75%. Para outubro, recuou de 8,13% para 8,00%. Para novembro, no sentido contrário, subiu de 8,25% para 8,50%. Para janeiro de 2014, avançou de 8,25% para 8,50%. A mediana das estimativas para a Selic no Top 5 médio prazo ficou em 7% para dezembro de 2012 e caiu de 8,88% para 8,50% para o fim de 2013.

A pesquisa mostra ainda manutenção das expectativas para o juro médio neste ano em 8,47% pela quarta semana consecutiva. Para 2013, foi mantida a previsão de Selic média de 7,63% pela segunda semana. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 8,47% em 2012 e de 7,72% no ano que vem.


Preços

As projeções para os IGPs em 2012 voltaram a subir. A aposta para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) neste ano avançou de 8,16% para 8,17%, a décima elevação seguida.

Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que corrige a maioria dos contratos de aluguel, a expectativa subiu de 7,85% para 8,03%. Quatro semanas atrás, o mercado previa altas de 7,24% para o IGP-DI e de 7,12% para o IGP-M. Para 2013, a estimativa de alta para o IGP-DI subiu de 5,00% para 5,01%. Para o IGP-M, a expectativa manteve-se em 5% pela 18ª semana.

A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2012 passou de 4,32% para 4,38%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 4,31% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo.

Para 2013, a mediana das estimativas para o IPC da Fipe subiu de 4,71% para 4,80%, valor idêntico ao estimado há um mês. Economistas mantiveram ainda a estimativa para o aumento do conjunto dos preços administrados - as tarifas públicas - em 2012 em 3,50% pela sexta semana. Para 2013, a previsão de alta dos preços administrados manteve-se em 4,30%, ante 4,50% quatro semanas antes.


Câmbio

A projeção para a taxa de câmbio no final de 2012 e de 2013 se mantém em R$ 2,00 pela quarta semana seguida. Para o fim de setembro, as expectativas são de um dólar pouco acima desse patamar, em R$ 2,02.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão de taxa média de câmbio em 2012 em R$ 1,94. Para 2013, a projeção subiu de R$ 1,99 para R$ 2,00. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,94 em 2012 e em R$ 1,97 no próximo ano. A mediana das projeções dos analistas do Top 5 médio prazo passou de R$ 2,04 para R$ 2,06 no fim de 2012 e se manteve em R$ 2,10 no fim de 2013.


Transações correntes

O mercado financeiro elevou a previsão de déficit em transações correntes em 2012 de US$ 58,71 bilhões para US$ 58,80 bilhões. Há um mês, estava em US$ 59,63 bilhões. Para 2013, a previsão de déficit nas contas externas ficou em US$ 70 bilhões pela quinta semana.

Na mesma pesquisa, economistas elevaram a estimativa de superávit comercial em 2012, de US$ 18,00 bilhões para US$ 18,04 bilhões, e mantiveram a projeção para 2013 em US$ 15 bilhões. Há quatro semanas, as previsões eram de US$ 17,6 bilhões e US$ 13,7 bilhões, respectivamente.

A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, ficaram em US$ 55 bilhões em 2012 pela 10ª semana. Para 2013, subiram de US$ 59,00 bilhões para US$ 59,01 bilhões, ante US$ 60 bilhões quatro semanas antes.

(Fonte: O Estado de S. Paulo)

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