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Projeto valoriza as formas de fazer móveis

Por Daniela Maccio - 10 de Outubro 2016

Veja galeria de fotos acima

Depois de o mercado valorizar tanto os mobiliários criados por designers, com preocupações estilísticas, acadêmicas, dignos de prêmios e galerias de arte, eis que vemos movimentos contrários de resgate ao fazer manual, ao conhecimento espontâneo, ou transmitido entre gerações. No projeto “Convocatória para um Mobiliário Brasileiro”, idealizado pelo artista alagoano radicado em Pernambuco Jonathas de Andrade e realizado através do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a ideia é convidar as pessoas a enviar móveis ou projetos de mobiliários que curtam ou queiram fazer. Nesse universo, tan­to pode entrar o marceneiro quanto o designer ou arquiteto, assim como alguém que um dia se arriscou a fazer ou desenhar um móvel para si. “Vale desde o vovô que fez um balanço pa­ra os netos, até os banquinhos improvisados de uso cotidiano, como para uma lanchonete”, sugere Jonathas.

 

O próprio artista, apesar de não fabricar móveis, gosta de colecioná-los e se diz apaixonado pelo mobiliário de maneira geral, principalmente esse que é construído sem preocupação com o conhecimento acadêmico. Basta entrar em seu Instagram para encontrar fotos de peças pitorescas. Caso de uma pequena lanchonete com balcão dobrável; ou das estantes de formas geométricas e gigantescas da Biblioteca José Vasconcelos, na Cidade do México. Lá também, na Universidad Nacional Autónoma, pedras arredondadas viram bancos graças ao recorte em L. “Eu adoro manualidades. Fico curioso como se manifestam os vários tipos de saber - o mais formal e o espontâneo. Vivemos um desmonte nacional e os objetos respondem a um espírito do tempo. Cada vez temos menos uma valorização do saber manual, e uma valorização apenas da educação formal”, lamenta Jonathas.


No site do projeto (www.convocatoriamobiliario.com.br) já é possível conferir alguns dos móveis inscritos, já que a convocatória está aberta desde o começo de setembro. Eles estão classificados em uma das cinco categorias. Há, por exemplo, a descrição de uma cadeira batizada de “Saudade da Casa de Vó”, da recifense Carolina Drahomiro Gomes, que se diz autora, planejadora e executora do projeto, um móvel com encosto de espaguete em madeira MDF. Da mesma categoria é o “Dente Bruto de Madeira”, do paulistano Wesley Sacardi. Trata-se de uma espécie de banco em forma de dente, pouco lapidado e quase bruto. “Um júri terá a tarefa de selecionar as peças que irão para a exposição, em dezembro deste ano”. Os escolhidos ganharão um prêmio entre R$ 1 mil e R$ 500, e terão seus móveis transportados para o museu e, se possível, seus projetos de mobiliário executados.


Prazo
A convocatória fica aberta até o final de novembro, e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail inscricao@convocatoriamobiliario.com.br, pelo WhatsApp (81) 98576-9146, e pelo endereço Museu de Arte de São Paulo (av. Paulista, 1578, São Paulo - SP, CEP: 01310-200). Recife seria uma possível parada dessa exposição? “Estou em conversa com o Museu do Ho­mem do Nordeste”, adianta Jonathas.

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