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Qual a realidade do e-commerce de casa e decoração no Brasil?

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Imagem: Freepik

No segundo semestre de 2021, auge das compras de produtos para a casa na pandemia, a Business of Home publicou um guia para designers que queriam começar a vender no e-commerce. O artigo refletia o espírito da corrida do ouro digital dos EUA à época, uma vez que a grande maioria das pessoas passou a comprar itens de móveis e decoração online. Por aqui, para se ter uma ideia, o setor cresceu 300% entre 2019 e 2021.

 

Todo esse crescimento atraiu muitos designers de móveis para o digital, fosse por meio de ofertas de afiliados ou sites de shipping — a grande maioria conseguiu uma maneira de fazer algum tipo de negócio online. Quem vendia no e-commerce antes da Covid-19, aliás, cresceu muito, enquanto os demais que davam os primeiros passos também ganhavam força.

 

Como anda o cenário de Casa e Decoração

 

Segundo a ABComm, o setor de artigos para casa movimentou R$ 96,3 bilhões na economia brasileira, totalizando 238,8 mil pontos de venda. Desde 2019, portanto, registra um crescimento anual de 6,1%. A entidade ainda afirma que o segmento, somado ao de eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia, moda e acessórios, conquistou a marca de R$ 185,7 bilhões em 2023 — mais de 10% em relação a 2022, com 395 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 470 por cliente no último ano.

 

Ainda no Brasil, a Tok&Stok se destacou em março deste ano, com um aumento de 23,9% nos acessos online no setor de Casa & Decoração. No entanto, diferente da maioria dos varejistas do segmento, a CEO da empresa alegou recentemente que o segmento (online) não tem sido lucrativo para eles.

 

Varejistas de móveis e decoração nos Estados Unidos, como Bellacor, Burke Decor e Food52, estão enfrentando dificuldades ou fechando. Aliás, dois personagens muito importantes do segmento, Justina Blakeney e Athena Calderone, anunciaram que estavam fechando suas lojas online para se concentrarem em outras atividades.

 

No Brasil, e-commerce de Casa e Decoração segue estável


Voltando ao Brasil, empresas como Magazine Luiza e Casas Bahia seguem surfando nas vendas de móveis e produtos para casa. MadeiraMadeira, Leroy Merlin e Mobly, no mesmo levantamento sobre a Tok&Stok, ocupavam primeira, segunda e terceira posições em março, respectivamente.

 

Neste primeiro trimestre do ano, a Westwing anunciou um crescimento do GMV SSS de 3,8% em termos anuais. Curiosamente, os principais impulsionadores do crescimento foram:

 

  • Número de visitas nos sites (14,4%);
  • Aumento de cliques oriundos de SEO do Clube e no Now (46,1%);
  • e migração de clientes das lojas físicas fechadas em 2023 para os canais digitais.

 

Este é o primeiro trimestre desde 2021 que a empresa aponta crescimento nos três primeiros meses do ano. Importante destacar também que, segundo dados do Google Trends, as pesquisas relacionadas a casa e decoração se mantiveram estáveis durante o período.

 

leia: Economia prateada ocupa boa fatia do comércio eletrônico

 

Estratégia omnichannel

 

Outra empresa do segmento de Casa e Decoração que mostrou grande força esse ano foi a Camicado. Segundo dados, o marketplace aumentou cerca de 50% em vendas, trazendo para o portfólio mais de 750 sellers.

 

Além de ampliar seu portfólio de produtos, com eletrodomésticos e eletrônicos, a empresa passou a oferecer canais de venda como site, aplicativo móvel, WhatsApp e telefone — inclui ainda um programa de venda social com afiliados, que promovem os produtos da marca em seus blogs e redes sociais e recebem comissão sobre os negócios.

 

Vale destacar que, desde o final de 2022, a Camicado dispõe de 47 lojas com espaços para exposição e experimentação de produtos oriundos do marketplace, como móveis e estofados.

 

Mas, qual o motivo do desaquecimento do segmento de móveis e decoração nos EUA?

 

Assim como em todo o mundo, os Estados Unidos têm passado por uma recessão econômica. Ainda assim, de acordo com a Forrester, existe uma previsão de que o comércio eletrônico nos EUA crescerá a um ritmo constante ao longo dos próximos quatro anos, atingindo US$ 1,6 bilhão 28% das vendas totais do varejo.

 

Além disso, o mercado imobiliário acabará por descongelar, os consumidores voltarão a gastar dinheiro em mobiliário e decoração e a indústria doméstica sairá da crise pós-pandemia. Nesse retorno, é bem provável que designers do segmento busquem uma forma de se destacar no digital.

 

Uma das principais soluções, segundo especialistas, é apostar em nichos de sucesso. Outra dica recomendada é abordar (e evidenciar) práticas de sustentabilidade ambiental e social. Neste caso, vale oferecer produtos desenvolvidos com matérias-primas responsáveis, tal qual deixar claro as políticas de inclusão e diversidade nas empresas.

 

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br

 

 

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