Rede de móveis é suspeita de sonegar R$ 74 milhões em impostos
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga uma rede de móveis e eletrodomésticos suspeita de sonegar mais de R$ 74 milhões em impostos. Segundo a polícia, os suspeitos de não pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Quando as dívidas se acumulavam, os investigados criavam novas empresas para continuar com a fraude (entenda mais abaixo).
De acordo com as investigações, a rede "Cometa" atuou em Brasília e em Goiás a partir 1997. Atualmente, a empresa tem apenas lojas no Entorno do DF. Os policiais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão na manhã de quinta-feira (5) em Sobradinho, Planaltina e Anápolis. Duas pessoas também foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
A defesa da rede Cometa não se pronunciou sobre o caso. Apesar das investigações levarem em consideração apenas os valores sonegados nos últimos 5 anos, informações apuradas pela TV Globo apontam que a empresa não paga o imposto desde a criação em 1997.
Os investigados ainda são suspeitos de fraudar uma lei distrital para abrir atacadistas falsas e fornecer mercadorias para empresas do próprio grupo a fim de evitar impostos. Eles também teriam criado “holdings” para blindagem do patrimônio adquirido por meio da sonegação.
- Uma holding é uma empresa que administra o patrimônio de outras empresas ou o dinheiro de uma família, mantendo separados os bens empresariais e pessoais.
Como o grupo atuava
Foram identificadas empresas do grupo em Sobradinho, Planaltina, Paranoá e São Sebastião. De acordo com a PCDF, quando as dívidas dos impostos se acumulavam, os investigados criavam novas empresas, no mesmo endereço e ramo de comércio.
Assim, eles reiniciavam a sonegação com outro CNPJ e abandonavam a empresa anterior com as dívidas. Os alvos das investigações são empresários, contadores e funcionários.
"Os contadores tinham o papel de fazer as alterações contratuais, registrar as empresas com nomes de 'laranjas' e de atuar na contabilidade", explica o delegado Wilson Peres Ferreira.
Além disso, ainda conforme a polícia, os investigados criavam empresas em nome de “laranjas”, inclusive de seus empregados, para evitar o pagamento de impostos.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, sonegação fiscal, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Se condenados, eles podem pegar até 26 anos de prisão.
A "Operação Cattedra" foi deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR), em conjunto com a Receita do Distrito Federal e a Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Fonte: g1.globo.com
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