Redução do IPI não surte efeito sobre lojistas
Por Edson Rodrigues
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22 de Outubro 2012
Para Samy Dana, professor de economia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo), as apostas do governo em inventivos fiscais já perderam o efeito. O consumidor tem respondido ao estímulo desde 2008, mas agora está com a renda extremamente comprometida. A Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), em pesquisa recente constatou que 51,5% das famílias têm alguma dívida.
"A queda do IPI é importante, mas a maioria das nossas empresas está enquadrada no Simples Nacional (regime de tributação pago por micro com faturamento de até R$ 360 mil e pequenas até R$ 3,6 milhões), onde não há a cobrança do IPI” explica Hermes Soncini, presidente do Sindicato da Indústria de Móveis do ABC.
CARROS X MÓVEIS – A redução do IPI estimulou as vendas no segmento automobilístico, o que segundo Todesco, fez com que os moveleiros sentissem a queda. O fraco movimento do setor é muitas vezes, atribuído pelo fato de o consumidor estar endividado com a prestação do carro.
ENFRAQUECIMENTO – De acordo com Soncini a indústria moveleira regional está muito retraída, devido à diminuição da procura do comércio. O setor perdeu espaço na região, principalmente na década de 1990. Em 1998, 159 companhias produziam móveis na região. Em 2010, o número de fabricantes caiu para 104.
OLHO NA PRÁTICA - O professor Dana, da FGV, destaca que o consumidor pode aproveitar o incentivo fiscal, mas que esse não é o único mecanismo de redução dos preços. Regina Medici, vendedora na loja Attualitá, em São Bernardo, concorda. A saída é apostar na pronta-entrega, para facilitar a vida dos clientes, e em promoções relâmpagos. A baixa demanda contribui para reduzir preços; um sofá de couro era vendido por R$ 6.400, sai por R$ 4.890.
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