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Reoneração da folha continua em discussão

Por Jeniffer Oliveira - 08 de Dezembro 2017

Dados apresentados pela equipe econômica à comissão especial que trata do projeto de reoneração da folha, na Câmara dos Deputados, mostram que o custo fiscal de cada emprego gerado ou mantido nos setores desonerados, incluindo o moveleiro, foi de R$ 58 mil a R$ 67 mil por ano, o que é equivale a mais que o triplo dos valores dos salários nessas companhias, comparando com a base do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

 

As principais autoridades do Ministério da Fazenda não têm poupado críticas às tentativas de alguns setores em manter a desoneração na folha. Mas o projeto de lei da reoneração recebeu 85 emendas que buscam, em sua maioria, preservar a tributação vantajosa para diversos segmentos da economia. Os campeões de pedidos são os setores de transporte ferroviário e rodoviário de cargas (16), têxteis e confecções (9) e móveis (6).

 

Com o fechamento de 42.043 vagas de trabalho no setor entre janeiro de 2013 e outubro de 2017, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Daniel Lutz, argumenta que a desoneração da folha é fundamental para manter o emprego e questiona os dados apresentados pela Fazenda sobre o prejuízo decorrente da medida.

 

“Já está difícil manter os empregados do setor de móveis, que é intensivo em mão de obra. Sem a desoneração de folha, vamos ter mais redução do emprego, o que significará mais custos também para o governo. O prejuízo para o Tesouro será maior”, afirmou o executivo, referindo-se à necessidade de pagamento do seguro-desemprego em caso de novas demissões.

 

Lutz alega ainda que as contas apresentadas pela Fazenda dizem respeito à média nos 50 setores beneficiados pela desoneração, mas não se aplicam ao setor moveleiro. “Realmente a desoneração foi desvirtuada e ampliada para fins até eleitoreiros, mas é preciso olhar individualmente cada setor em que ela faz sentido. O governo não poder resolver o seu problema ampliando os problemas para essas empresas”, acrescentou.

 

Com informações da IstoÉ.

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