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60 DESTAQUE DE INDÚSTRIA Obispa ressurge das cinzas O bispa. Resultado de uma aliança feita entre empre- sários brasleiros e italia- nos, na década de 1980, a empre- sa originalmente chamada de OBI s.p.a teve seu nome aportuguesa- do ao chegar no Brasil. O intuito inicial era que a Obis- pa produzisse apenas acessórios para moda. Entretanto, a locali- zação em um dos maiores polos moveleiros do Brasil, Bento Gonçalves (cidade de origem dos sócios brasileiros), possibilitou que a indústria passasse a produ- zir também puxadores para móveis, cabides, maçanetas e manilhões. A administração ao longo do tempo também foi sendo alterada, até que em 2016 passa a ser dirigida pelos italianos Luca Boncompagne e Andrea Ballegi. A partir dis- so, a indústria começa a buscar mais agilidade no processo de produção das peças. Desse modo, em 2007, foi adquirida uma máquina galvanizadora automática. E – parece ironia – no local em que a máquina foi instalada, a fábrica da Obispa é tomada pelo fogo que começou às 14 horas do dia 24 de março de 2019. O sinistro pegou a todos de surpresa. O prejuízo foi grande e tornou a empresa incapacitada para a produção nos dias que e seguiram ao incêndio. Passados cerca de 60 dias, como a empresa está agora? Para responder a essa questão, a revista Móveis de Valor entrou em contato com o gerente industrial e comercial da Obispa, Cristian Carlo Santolin. Segundo ele, a recuperação foi organizada com duas me- tas principais – voltar a atender o mercado com o mesmo padrão de produto e serviço e refazer a fábrica no mesmo local onde sempre operaram. A restauração contou com auxílio de parceiros homolo- gados através da terceirização da produção. Além disso, Santolin acrescenta que após o incidente a população local também se solidarizou com o ocorrido. “Diversos parceiros se sensibilizaram e entenderam a dimensão da perda que tanto a comunidade local quanto todo o mer- cado que a Obispa atende sofreria, caso nossas operações demorassem muito a se normalizar”, destaca o gerente. As medidas tomadas depois do incêndio foram, em um primeiro momento, garantir que o sinistro não prejudicas- se o meio-ambiente ao redor da fábrica. Logo após, as re- lações com funcionários também foram postas em pauta. Alguns trabalhadores continuaram exercendo suas funções normalmente e outros receberam férias por 30 dias. Agora o objetivo, destaca Cristian, é aguardar a libe- ração para a retirada dos destroços, para demolição de estruturas prediais comprometidas, aguardar órgãos pú- blicos e privados para liberar as operações como galva- noplastia, para reerguer a empresa e investir pesado em estruturas e maquinários mais sofisticados e modernos. A previsão é de que a operação volte à plenitude até o final deste ano. A empresa, localizada em Bento Gonçalves (RS), passou por dias difíceis depois do incêndio de março Local da galvanização dos metais foi onde o fogo teve início

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