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Setor de móveis em alta no RJ

Por Daniela Maccio - 05 de Agosto 2016

O Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior consumidor de móveis do País, segundo dados de 2015 da Fecomércio/RJ e do Sindicado de Lojistas de Móveis e Decorações do Rio de Janeiro - Sindmóveis Rio. E, considerando que mais de 90% dos produtos moveleiros vendidos no estado são produzidos fora, em outros polos, pode-se dizer que a indústria moveleira fluminense vislumbra grande oportunidade de mercado consumidor para conquistar ainda. Segundo o especialista setorial Moveleiro do Sistema Firjan, Hugo Gripa, o estado se destaca pela sua produção flexível e exclusiva de mobiliário planejado e sob medida, além de peças com design típico carioca, imprimindo uma identidade única. “Outro importante diferencial competitivo das empresas moveleiras fluminenses é a gestão de outras etapas da cadeia, além da produção, como projeto, venda, entrega e montagem”, acrescenta.

 

Números do setor

Um estudo publicado em junho/2015 pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan mostrou que 70,8% da indústria de móveis fluminense é formada por micro empresas (tabela 1). A pesquisa também concluiu que, em relação ao tempo de atuação, a maior parte (86%) das empresas do setor está no mercado há mais de 10 anos. Outro dado relevante está relacionado à mão-de-obra. 75,7% são contratos de trabalho permanentes. Sendo que outros 14,6% referem-se à mão de obra familiar (gráfico 1). “O Rio de Janeiro possui uma grande quantidade de empresas moveleiras de pequeno porte e estrutura familiar, com cerca de 10 mil postos de trabalho, e produz basicamente mobiliário residencial e corporativo sob demanda, sempre aliando design, projeto, atendimento e serviços exclusivos”, ressalta Gripa.

 

No que diz respeito à produção, o estudo verificou que quase um terço das citações está relacionado à produção de “armário/guarda-roupas” como o principal produto de seu portfólio, seguido de “cozinha” como o segundo produto mais produzido e “banheiro” como o terceiro (gráfico 2). Conhecendo a respeito da sistemática de produção, as indústrias moveleiras adotam as seguintes: produção por encomenda, produção em série e encomenda e produção em série. A predominância está na produção por encomenda, utilizada por 71,9% das empresas consultadas; 20,2% utilizam ambas as sistemáticas e 7,9% produção em série.

 

Em 70,6% das empresas, a forma de fabricação mais utilizada é sob medida. A fabricação de móveis seriados é responsável por 19,2% das citações e 10,2% citaram fabricar de forma modular, quando os móveis são produzidos a partir de módulos pré-dimensionados pela própria fábrica. Entre as regiões, a fabricação de móveis “sob medida” é o destaque (tabela 2).

 

Em relação às dificuldades encontradas no processo produtivo, a falta de mão de obra qualificada é a principal questão apontada na pesquisa. Seguida pelos impostos pagos e pela dificuldade em adquirir equipamentos modernos. O estudo conclui que existem inúmeros desafios competitivos capazes de desenvolver a indústria moveleira fluminense, e independentemente da decisão pela produção em série ou sob encomenda, a exploração das vantagens decorrentes da organização produtiva clusterizada assume uma importância crucial para o desenvolvimento da indústria.

 

Produção customizada

Para Hugo Gripa, a produção customizada em grande escala e o atendimento diferenciado com serviços agregados são as principais tendências para o setor moveleiro não só fluminense como de todo o País. “Cada vez mais o consumidor procura este diferencial competitivo na compra e escolha de peças e projetos de mobiliário, e as grandes ferramentas para este caminho são o design, digitalização e a automação industrial”, esclarece.

 

Segundo o especialista, o Brasil é um pequeno exportador, considerando volume. “Mas, nossa indústria está se reposicionando com produtos de alto valor agregado, design diferenciado, além de iniciativas e investimentos em peças clássicas de mobiliário dos grandes arquitetos concretistas brasileiros, destaques das décadas de 1960 e 1970”, contrapõe.

 

 

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