Veja as 10 Principais Tendências Globais de Consumo 2021
O mundo mudou. Os hábitos de consumo também. Nesse momento é fundamental priorizar o que os clientes desejam. Identificar essas tendências com antecedência permite que marcas criem produtos e serviços que atraiam consumidores. O relatório “10 Principais Tendências Globais de Consumo 2021”, produzido pela consultoria inglesa Euromonitor International, especializada em inteligência estratégica, aponta direcionamentos a serem observados nesse ano.
As análises e pesquisas envolveram a contribuição de 100 países. A pedido da Móveis de Valor, foram feitos comentários sobre pontos que os analistas enxergam como aderentes ao Brasil. Veja a seguir:
Reconstruir melhor
A crescente demanda dos consumidores por posturas mais engajadas por parte das marcas se tornou ainda mais intensa na pandemia. Em geral, o setor têxtil brasileiro, por exemplo, respondeu bem a esse olhar mais crítico e protagonizou algumas das mais importantes ações da indústria ao adaptar linhas de produção para a confecção de máscaras para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus. Por outro lado, algumas marcas sofreram críticas por não se adaptarem em posturas explicitamente voltadas ao apoio social. Marcas premium que buscaram vender máscaras com preços elevados e seguiram a mesma lógica de negócios de sempre (business as usual) foram interpretadas negativamente pelos consumidores. “Para além do cenário da pandemia, muitas empresas do setor do varejo de moda vêm sofisticando a gestão de seus negócios”, declara o analista sênior Guilherme Machado.
Desejo por Conveniência 1
O dinamismo da indústria de pagamentos no Brasil deve colaborar para o sentimento de conveniência no ponto de venda. O recente lançamento do PIX, sistema de pagamentos instantâneos pelo Banco Central, deve desempenhar papel importante em incrementar o Desejo por Conveniência nos próximos anos. “Existe ainda, porém, um longo caminho a ser percorrido para a ampla difusão desse recurso, à medida que os consumidores precisam desenvolver maior familiaridade com a tecnologia e as instituições financeiras precisam comunicar com mais transparência as taxas a serem cobradas dos estabelecimentos”, chama a atenção a analista sênior Marília Borges.
Desejo por Conveniência 2
Com o fechamento dos salões de beleza durante a pandemia, muitos consumidores passaram a optar por ter o serviço feito em sua residência. Isso é particularmente forte na classe A. Para evitar aglomerações ou exposição ao covid-19, clientes optaram por chamar o cabeleireiro em suas casas e performar os serviços que eram antes feitos nos salões na conveniência e comodidade de suas casas. “Isso deve se manter, pois muitos clientes passaram a preferir essa opção. A volta aos salões seria então dedicada somente à serviços mais complexos, que exigiriam o uso de acessórios/aparelhos não disponíveis nas residências”, diz o consultor Elton Morimitsu.
Realidade Figital
A Covid-19 contribuiu para acelerar o processo de digitalização que, embora crescente no Brasil, ainda avança a passos lentos. A incorporação de tecnologias como QR codes para acesso a menus de restaurantes, e tecnologia de pagamento por aproximação para acesso ao transporte público em várias cidades (incluindo pagamento por celular e wearables) são expoentes desta tendência no Brasil. Embora tenham sido catalisados pela pandemia, acredita-se que estas soluções se consolidem no longo prazo, pela consonância com o maior acesso a dispositivos digitais e interesse dos consumidores em soluções práticas e convenientes.
Inquietos e Rebeldes
Muitas marcas que focaram em ajudar a sociedade no início e pico da pandemia estão colhendo frutos. O consumidor está mais exigente quanto ao papel das marcas na sociedade. Empresas cuja responsabilidade social transparece tem sido preferida por consumidores, que passam a ver esses fatores como, de fato, diferenciais versus outros produtos semelhantes. “Empresas que doaram álcool em gel e/ou material de proteção aos profissionais de saúde tem já percebido um efeito benéfico nas vendas, justamente da parcela de consumidores que preferem consumir de marcas mais responsáveis”, enfatiza o consultor Elton Morimitsu.
Obsessão por Segurança
A categoria de produtos de limpeza mostrou-se uma das mais resilientes frente à crise econômica como resultado da Covid-19, não apenas pela maior frequência da limpeza doméstica mas também de novos hábitos incorporados à rotina. Além disso, o segmento foi o foco de grande parte dos lançamentos de produtos no ano. Dentre as principais novidades, temos as mais diversas opções de desinfetantes (inclusive com variações no formato, tipos e tamanhos de embalagem), novas fórmulas de sanitizantes para roupas com posicionamento de eficácia contra Covid-19 e até linhas para cuidado com a casa onde existam pets (com destaque para a linha de produtos Cafuné, lançada neste ano pela Unilever.
Abalados e Reflexivos
O ano de 2020 testou os limites psicológicos dos consumidores. Não só questões sanitárias ganharam importância, mas os efeitos econômicos adversos (consequências da Covid-19) tiveram impacto na psique dos consumidores. Diversas consequências puderam ser vistas, como a substituição de produtos caros por opções baratas. Consumidores abalados aumentaram o consumo de refrigerantes, de algumas categorias de bebidas alcoólicas e até mesmo cigarros (a Cannabis ganhou espaço em nível global). Estas categorias apresentavam perdas consecutivas de volume, muito atrelado a percepção não saudável que esses produtos têm.
A Ordem é obter custo-benefício
O consumidor está procurando alternativas não necessariamente mais baratas, mas que ofereçam o melhor custo-benefício que é possível obter com o orçamento disponível. Marcas que não busquem constantemente aperfeiçoar suas entregas tende a não performar bem nos próximos anos. Marcas de beleza que justamente focam no custo-benefício foram destaque em 2020, justamente por oferecer produtos cuja proposta é entregar um bom resultado a preços mais acessíveis. Exemplos como Skala e Bio Extratus na categoria de cabelos exemplificam essa busca por opções mais econômicas.
Novos Espaços de Trabalho
Uma das mudanças percebidas como mais permanentes para a pós-pandemia é a do trabalho remoto, ou formatos híbridos. Cada vez mais, grandes empresas anunciam planos de abolir definitivamente o espaço físico de trabalho ou conciliar a existência de uma central de trabalho com rotinas e horários mais flexíveis, diminuindo assim os seus custos. Um desdobramento dessa tendência é a "feudalização dos bairros", que prevê que consumidores passem a buscar produtos e serviços próximos aos seus novos locais de trabalho (residência) ampliando a gama de comércio nas redondezas. A dissolução de grandes eixos comerciais deve contribuir para resinificar a maneira como as marcas escolhem seus pontos de vendas físicos.
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