Saiba como o figital e T-commerce podem ajudar nas vendas
*Por Natalia Concentino, jornalista
Se você já assistiu televisão (não falo de filmes) com certeza já viu muitas marcas que vendem seus produtos durante programas. Principalmente naqueles que são dedicados ao público feminino, pensado nas donas de casa, que podem se interessar em adquirir produtos pelo telefone. Bom, isso não é uma novidade tecnológica, mas a Casas Bahia está usando esta ferramenta a seu favor para fazer vendas pela TV, só que com um adicional, afinal existe o QRCode e a maior parte da população possui um smartphone. Sendo assim, a Casas Bahia está explorando o T-commerce de uma maneira bem proveitosa em seu momento de revolução digital.
Uma parceria recente entre Casas Bahia e Rede Globo chamou atenção de consumidores e pessoas ligadas ao meio varejista. Trata-se da venda de móveis e eletrodomésticos durante a exibição do programa É de Casa, que passa aos sábados pela manhã. Para deixar a experiência diferente e fugindo do famoso “ligue já”, a marca colocou seus produtos no cenário do programa e disponibilizou um QRCode para que o telespectador pudesse assistir e fazer a sua compra com muita rapidez e facilidade. Apontando o smartphone para o código, o cliente era direcionado para a página em que o produto estava sendo vendido e realizava a sua compra assim, com praticidade e sem precisar deixar de assistir ao programa na TV durante todo o processo. Agora, se a pessoa prefere usar o controle remoto para fazer sua compra, não tem problema, há essa possibilidade também.
Abel Ornelas, COO da Via Varejo, resume bem o objetivo buscado pela companhia. “A Casas Bahia é uma marca que está sempre presente na casa e na vida de todos os brasileiros, assim como a Globo. E nós estamos sempre buscando projetos inovadores que possam diminuir a fricção e facilitar a experiência do consumidor, e o Projeto T-commerce responde a esses dois desafios”.
E o executivo mostra que a Casas Bahia está muito a fim de explorar todos os benefícios que a tecnologia oferece, representando mais um passo da revolução digital iniciada em 2019 pela varejista. “A iniciativa é resultado da união de tecnologia e negócios na busca por soluções de comunicação com alto potencial de impacto. Aproveitando as possibilidades de consumo interativo oferecidas pelo sinal digital, o projeto possibilita a compra ‘real time’ impulsionada pela TV, a partir do controle remoto. Inovação acessível e na palma da mão, permite que a relação entre pessoas e conteúdo seja cada vez mais próxima. Uma mudança que abre inúmeras possibilidades também para marcas que fazem do conteúdo televisivo uma ponte segura e confiável para se conectar com seus consumidores”, explica.
O projeto da varejista deve ser ampliado, segundo Ornelas, para que outros itens disponíveis no site e aplicativo da companhia também possam ser adquiridos dessa forma.
Quem também ajuda a explicar essa guinada do T-commerce, é o especialista em E-commerce e consultor Rodrigo Maruxo. “Esse conceito já é mais antigo, mas ainda não tínhamos tanta tecnologia e maturidade para aplicá-lo com sucesso. Esse ano as lives ganharam espaço, devido à pandemia, e os espectadores passaram a ter uma interação muito maior com o que estava sendo televisionado, podendo usar QRCodes e o controle remoto para fazer doações, por exemplo. Essa é uma tendência que veio para ficar e que pode ser explorada pelo varejo”.
E uma das coisas que os especialistas em varejo não cansam de falar é a chamada jornada de compra. Trata-se de todo o “caminho” percorrido pelo cliente para fechar a compra de seu produto, incluindo pesquisas na internet, avaliações, idas às lojas físicas etc. “Queremos facilitar a vida e a jornada de todos os nossos clientes, oferecendo cada vez mais opções de compras, assim como variedade de produtos. Por meio do T-commerce, nosso cliente pode comprar o produto que está vendo na TV com poucos cliques e de uma forma muito simples e intuitiva”, comenta Abel Ornelas. Ele completa dizendo que: “Nos unimos com a Globo para criar uma solução inovadora, que alia entretenimento com compras, algo nunca visto nesse formato. Poder realizar algo assim, tão transformador no mercado, é uma realização incrível, que demonstra o quanto as duas empresas estão focadas em entregar experiências cada vez melhores para os brasileiros”.
Na fala do executivo nós percebemos o uso das expressões jornada e experiência, que estão sendo utilizadas para ajudar as empresas a se reinventarem.
Esse novo tipo de pensamento é fundamental para quem quer se manter vivo no mercado, principalmente depois de vermos que o coronavírus deu uma balançada nas estruturas do varejo físico e acelerou o processo de transformação digital. “O figital é mais uma maneira de conectar o varejo físico com o digital, mas promovendo uma real integração entre físico, redes sociais, site... investindo em uma jornada para o cliente chegar na loja. É preciso criar uma jornada inteira, mobilizar o cliente a comprar pelos diversos canais de venda, que devem estar totalmente ligados um ao outro e não funcionando como se fossem pontos de venda independentes”, analisa Maruxo.
O especialista ainda comenta que empresas mais tradicionais precisam passar por uma adaptação e um ajuste da cultura interna. “É preciso conhecer melhor o seu cliente, aproveitar todos os recursos de pesquisa que o online oferece e assim traçar novas estratégias, às vezes é necessário até alterar o modelo de negócio para chegar ao cliente. O varejo tem que dar uma experiência para o consumidor, deixar de tratar as lojas físicas como PDV (ponto de venda) e passar a enxergá-las como PDE (ponto de experiência)”, argumenta Rodrigo Maruxo.
E a Via Varejo mostra que está fazendo a lição de casa desde que iniciou sua revolução digital em junho do ano passado. “Na nossa jornada de transformação mostramos que somos uma empresa altamente adaptável. Com a pandemia, ficamos mais digitais, criamos treinamentos e ferramentas para que todos ficássemos ainda mais próximos, mesmo com a distância física, e hoje podemos dizer que somos uma companhia digital, totalmente focada no cliente e que busca atendê-lo onde, quando e como ele quiser: na loja, no site, no aplicativo, no WhatsApp e até mesmo por meio da TV. Digitalizamos nossos vendedores e demos condições para que eles, pelo WhatsApp, atendessem o cliente com a mesma atenção do que quando estavam nas lojas, o Me Chama no Zap veio para ficar”, conta Abel Ornelas.
“Com essa visão, estamos integrando cada vez mais nossas plataformas de venda para que, na loja física, nosso vendedor também possa oferecer ao cliente todos os produtos ofertados no online, inclusive itens do marketplace, não o limitando ao estoque da loja e gerando maior recorrência de compra”, completa o executivo.
Para finalizar, o especialista Rodrigo Maruxo deixa um conselho para aqueles que ainda não estão tão adiantados no processo de transformação digital como a Via Varejo. “Independente da tecnologia, o ponto principal do varejo é a pessoa, mesmo que isso possa soar clichê. A empresa tem de fazer um trabalho com os seus colaboradores, promover treinamentos, já que são eles que falam em nome da marca. A comunicação com os funcionários é fundamental para formar um time que abraça a causa da empresa e esse é um dos maiores desafios”.
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