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Se o varejo passa por um aperto, vemos oportunidade, diz Mappin

Revisado Natalia Concentino - 18 de Setembro 2023

Se o varejo passa por período nebuloso, marcado pela entrada de empresas com pedidos de recuperação judicial ou com problemas para pagar suas contas, os bens de consumo duráveis sofrem ainda mais. Essa categoria inclui máquinas de lavar, fogões, geladeiras, móveis em geral etc. Produtos que não são adquiridos com tanta frequência, como peças de roupa, por exemplo. 

 

Com o poder de compra do brasileiro corroído pela Selic (Taxa Básica de Juros) a 13%, a troca do guarda-roupa ou do sofá é adiada indefinidamente. Daí a preocupação de analistas e investidores para empresas como MoblyTok&Stok, marcas que viram seus lucros engordarem na pandemia — é dessa época a chegada da Mobly na bolsa, que derrete 85% desde então —, mas que perderam o fôlego, e agora vivem dificuldades financeiras. As duas companhias, inclusive, sondaram uma possível fusão para sair do aperto.

 

Mas, contra tudo e contra todos, a Marabraz, que comprou a marca Mappin em 2009 por R$ 5 milhões, relançou o site em meados de junho deste ano para atuar justamente neste segmento. Segundo a empresa, que concedeu entrevista ao Money Times, o site passou por uma mudança de plataforma e já está totalmente operante. 

 

Para a marca, que fez história no varejo brasileiro e pediu falência em 1999, as dificuldades macroeconômicas e, sobretudo, da concorrência, podem ser uma oportunidade. O nome atuará no segmento de móveis, o mesmo da Tok&Stok e Mobly. Até o momento, a Mappin só está presente no e-commerce, mas há planos para abrir uma loja-conceito megastore. 

 

Seria uma forma de relembrar os momentos áureos da varejista, entre as décadas de 70 e 80, e saciar os nostálgicos de plantão? Fato é que a marca ainda é lembrada com carinho por consumidores que viveram a época. Basta saber se isso pode ser traduzido em vendas.

 

leia: Guarda Móveis é mais um serviço inovador da Lojas Marabraz

 

Veja a seguir a entrevista na íntegra:

 

Money Times:  Empresas de móveis, como Tok&Stok e Mobly, estão com uma série de dificuldades. Veem isso como uma oportunidade ou um risco?

 

O varejo está passando por instabilidade, mas, no nosso caso, por se tratar de uma empresa familiar com bom controle e gestão dos negócios há boas perspectivas com a nova operação. Ou seja, a dificuldade dos concorrentes é uma oportunidade para a marca Mappin.

 

Money Times: A Marabraz comprou a marca Mappin em 2009. No entanto, o site só entrou no ar em 2020. Por que houve esse intervalo?

 

Após a compra da marca Mappin, foi realizado um estudo para o relançamento da marca e, em junho de 2019, a loja virtual entrou no ar. Agora, em meados de julho deste ano, após a migração de plataforma, a operação ganhou mais agilidade para os processos de compra.

 

Money Times: O mercado de e-commerce brasileiro está aquecido, com a concorrência de players estrangeiros. Como a empresa pretende brigar pelo seu espaço?

 

O objetivo é inovar para nos adaptarmos às evoluções do mercado. Utilizaremos diversas estratégias para alavancar a operação de acordo com nossa meta: oferecer aos clientes uma experiência de compra completa e diferenciada. Para tanto vamos nos aproximar cada vez mais dos consumidores, afim levar de recall da marca Mappin para os produtos oferecidos.

 

Money Times: Como a marca enxerga o atual momento do varejo brasileiro? 

 

O atual momento do varejo brasileiro oferece uma grande oportunidade para uma marca como o Mappin se reinventar e se aproximar ainda mais dos clientes. Com o avanço da tecnologia e a mudança nos hábitos de consumo, é imprescindível acompanhar as novas demandas. Entendemos que, para isso, é preciso ir além do tradicional oferecendo experiências únicas. 

 

Money Times: Quais são as principais estratégias para alavancar o crescimento?

 

Oferecer uma linha de produtos premium. 

 

Money Times: Gostaria que explicassem mais o que é oferecer produtos premium. Só isso é suficiente para se sustentar no mercado?

 

Com certeza somente isso não é o suficiente para sustentação do mercado. Temos várias estratégias de vendas de produtos e serviços que contemplam uma gama de oportunidades para alavancar negócios e manter a marca em crescimento.

 

Money Times: Quais são os diferenciais da Mappin para brigar pelo mercado? 

 

A renovação de uma marca tradicional – que é um ícone do varejo e também adorada pelo público – com uma nova roupagem e abordagem, mais abrangente, dinâmica e com um completo mix de produtos.

 

Money Times: Pretendem expandir a marca para o varejo físico?

 

Estamos avaliando a possibilidade de lançar uma loja física no conceito megastore, focada na inovação e omnichannel, com a total integração dos canais de venda e comunicação, para oferecer aos clientes uma experiência de consumo diferenciada.

 

Money Times: Em que praça avaliam o conceito megastore? São Paulo? No caso do omnichannel, as Lojas Marabraz também participariam? Haveria uma integração entre as marcas?

 

Esse é um estudo que está em desenvolvimento e, por hora, não divulgaremos detalhes.

 

(Fonte: moneytimes.com.br)

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