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Sem números positivos, Mobly faz pedido de abertura de capital

Por Natalia Concentino - 08 de Dezembro 2020

A Mobly protocolou, nesta segunda-feira (7), seu pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A empresa, cuja força vem do varejo digital de móveis e artigos de decoração deve ser uma concorrente direta da Tok&Stok, que também prepara sua abertura de capital, na Bolsa de Valores.

A operação da Mobly abrangerá uma oferta primária (cujos recursos vão para a empresa) e uma secundária (cujos recursos irão para os acionistas vendedores). O Morgan Stanley será o coordenador líder da emissão, que contará também com o Bradesco BBI.

Na minuta do prospecto preliminar, a Mobly se apresenta como startup de tecnologia que atua no varejo de móveis e itens de decoração, com 300 mil usuários ativos (aqueles que usaram o aplicativo nos últimos 30 dias). No fim de outubro, a base total era de 360 mil usuários.

A empresa também está presente nos marketplaces do Magazine Luiza, Via Varejo, B2W, Carrefour, Amazon e Mercado Livre, entre outros. Segundo a companhia, os canais digitais responderam por 90% de sua receita líquida no acumulado de janeiro a setembro.

No mesmo período, seu GMV (Volume Bruto de Vendas, na sigla em inglês) somou R$ 560 milhões. Já a receita avançou a um ritmo médio anual de 39% entre 2017 e 2019, passando de R$ 211 milhões para R$ 407 milhões. No acumulado de nove meses deste ano, a receita já alcançou R$ 421 milhões.

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Ano no vermelho

Outras linhas do balanço, contudo, mostram que a Mobly não goza, exatamente, de uma saúde financeira impecável. O ebitda, importante referência para a geração de caixa, registrou sucessivos resultados negativos entre 2017 e 2019. Com um saldo positivo de R$ 14,3 milhões no acumulado até setembro, a companhia parece caminhar para o primeiro ano de alívio nesta rubrica.

A última linha do balanço, por sua vez, parece longe de alegrar os potenciais investidores. A empresa registrou prejuízos líquidos consecutivos de 2017 a 2019. E, a julgar pelo desempenho até setembro (um prejuízo acumulado de R$ 16,6 milhões), 2020 será outro ano no vermelho.

De acordo com a minuta do prospecto, a Mobly pretende utilizar os recursos captados no IPO como capital de giro e para fortalecer a estrutura financeira. Parte do dinheiro também será investido em marketing. A abertura de lojas físicas e centros de distribuição, bem como a aquisição de equipamentos de informática completam os planos.

(Com informações do InfoMoney)

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