Por que o móvel é visto apenas como objeto de uso?
No Cá Entre Nós da semana, Ari Bruno Lorandi questiona por que o móvel é mero objeto de uso?
Durante quase 4 meses aconteceu no Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista a exposição “Sentar, guardar, dormir: em diálogo”, com mais de 43,6 mil visitantes e cobertura nos principais veículos de comunicação do país. O encerramento da exposição foi marcado pelo seminário “Mobiliário brasileiro em questão”.
“Sentar, guardar, dormir. Por que as pessoas consideram o móvel apenas serventia da casa?
A percepção do móvel como mero objeto de utilidade é um reflexo de diversos fatores: Móveis foram criados, inicialmente, para atender necessidades básicas como sentar, deitar, armazenar objetos. Essa função prática se tornou tão intrínseca à sua existência que muitas vezes ofusca outros aspectos.
A produção massiva de móveis padronizados reforçou a ideia de que eles são objetos facilmente trocáveis, com pouca identidade própria. Mas também a falta de opções de personalização e à dificuldade em encontrar peças únicas contribuem para essa percepção.
A falta de conhecimento sobre design de interiores e a valorização da estética dos móveis também contribuem para essa visão.
Mas a cultura do consumo rápido também incentiva a compra de móveis baratos e descartáveis, com pouca durabilidade e valor afetivo.
A percepção do móvel pode variar de acordo com a classe social. Em classes sociais mais altas, os móveis são vistos como objetos de expressão de status. Pessoas com condições de moradia mais precárias podem priorizar a funcionalidade dos móveis em detrimento da estética.
Precisamos mudar essa percepção e para isso é necessário:
- Investir em educação: Promover a educação sobre a história do design de móveis, a importância da qualidade e a relação entre os móveis e o bem-estar.
- Valorizar a produção local e artesanal: Apoiar artesãos e designers locais, que criam peças únicas e personalizadas. A mudança começa pequena, local, cresce para o regional e continua se expandindo...
- Criar espaços para a discussão sobre design: Promover debates e eventos sobre design de interiores, para que as pessoas possam compartilhar suas experiências e conhecimentos.
- Incentivar a compra de qualidade: Através da qualificação do varejo, aumentar o nível dos vendedores para usar argumentos convincentes sobre qualidade, valor agregado e mudar a forma que o consumidor compra seus móveis. Convencendo as pessoas a transformarem seus lares em espaços mais acolhedores, personalizados e com significado”.
Lorandi analisa o Índice de Confiança do Empresário Industrial e pergunta: Como vai a confiança dos moveleiros na economia?
Pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria mostra que o empresário moveleiro mudou de positivo para negativo no mês de setembro. A confiança dos moveleiros na economia caiu de 53,9 (positiva) para 49,8 (negativa) de 100 possível.
Enquanto isso os preços de móveis na indústria de janeiro a setembro subiram 4,67%, pouco mais do que os 4,18% até agosto. Em 12 meses os reajustes somam 4,08%. Até agosto era 2,65%. Os números são da pesquisa mensal de preços ao produtor do IBGE. Pela variação dos preços o moveleiro deve reconsiderar seus pessimismos em outubro.
Maioria dos curitibanos não aprova o novo prefeito
Foram 434.408 os eleitores que não compareceram às urnas no 2º turno em Curitiba. Os que deixaram de votar, os votos brancos e nulos e os da candidata derrotada somaram 62% dos votos do vencedor. Significa que o prefeito eleito teve apenas 38% dos votos no 2º turno.
Duas conclusões: foi uma derrota para o atual governador e prefeito – Ratinho e Greca – que se jogaram de cabeça na campanha de Pimentel. A população não está satisfeita com a política e deixou claro: os candidatos não representavam as suas aspirações. E isso não aconteceu apenas em Curitiba. Ocorreu em todo o país. É hora de avaliar e mudar o jeito de fazer política no Brasil.
Na entrevista da Semana, Adelino Denk, Mestre em Economia Industrial pela Univille, fala sobre sucessão, um tema importante e muitas vezes relegado a um segundo plano e, não raro, quando se pensa é tarde para uma sucessão bem-sucedida.
Veja o 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi no player acima.
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